09/09/2016 - 18:30
Teatro
A novíssima cena ibero-americana
Integrar as artes cênicas da Península Ibérica e da América Latina é a missão de “Mirada”, o evento bienal realizado pelo Sesc que chega à quarta edição homenageando a Espanha. O país é responsável por oito das 43 montagens que ocupam vários palcos do litoral paulista, capital e interior do estado até o início de agosto. São peças, performances e intervenções urbanas que, somadas, ajudam a compor um amplo panorama da produção contemporânea das doze nacionalidades representadas. A escolha dos trabalhos priorizou a busca pela inovação, tanto em relação aos temas quanto às técnicas de encenação.
O conjunto reforça o quanto teatro e dança podem refletir as singularidades históricas e sociais de cada país, sem que percam a dimensão poética em que se inserem. Um exemplo é a obra da catalã Angélica Liddell, vencedora do prêmio Dramaturgia Innovadora Casa de América. Conhecida pelo radicalismo de suas performances, ela traz ao Brasil “¿Qué Haré yo con Esta Espada?”, em que contrapõe atos terroristas à noção de sagrado. A programação completa está no site https://mirada.sescsp.org.br/o-festival/.
Atrações que chegam de fora
“La Contadora de Películas” (Chile)
Peça da Companhia Teatro Cinema (dias 21 e 22 no Sesc Vila Mariana)
“Dínamo” (Argentina)
Coletivo Timbre 4 (dia 21 no Sesc Sorocaba, 24 e 25 no Sesc Bom Retiro)
“Psico/Embutidos” (México)
O diretor Richar Viqueira ocupou a área de convivência do Sesc Santos com um esqueleto cenográfico de grandes dimensões (foto). A peça ficará em cartaz de 23/9 a 1/10, no Sesc Consolação, em São Paulo.
Livros
Safra de reedições
“Balada do Cárcere”, de Bruno Tolentino (1940-2007) Tão rigoroso quanto erudito, o poema de Tolentino (três vezes vencedor do Prêmio Jabuti) é relançado com notas de cinco organizadores.
“Memórias Sentimentais de João Miramar”, de Oswald de Andrade (1890-1954) A obra que simboliza o modernismo brasileiro nas letras e o estilo livre de Oswald ganha reedição com textos de Menotti de Picchia, Mário de Andrade, Haroldo de Campos e Antonio Arnoni Prado.
“Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto (1920-1999) A edição comemorativa de 60 anos da peça traz depoimento de Chico Buarque publicado em boletim da PUC-SP e texto de Alceu Amoroso Lima sobre a apresentação no festival universitário de Nancy, na França.
Televisão
Para entender os Templários
Ao serem banidos pelo Papa Clemente V, em 1312, esses monges guerreiros formavam uma poderosa ordem religiosa e um exército de 15 mil homens. Os Templários, que durante as Cruzadas protegeram cristãos que peregrinavam a Jerusalém, geraram lendas e mitos que duram até hoje. A série em quatro capítulos do canal History, que estreia na segunda-feira 12, procura desvendar os inúmeros mistérios da Ordem do Templo.
Música
A jornada de Fortuna
A história da judia sefaradita Branca Dias, que viaja da Síria para a Península Ibérica e chega a Pernambuco fugindo da Inquisição, é o mote da jornada musical “Novos Mares – Alepo-Sefard-Olinda”, mais recente trabalho da cantora e compositora paulistana Fortuna. Mesclando elementos musicais que remontam às raízes de seus antepassados, a artista promove um “sincretismo entre cultura brasileira e judaica”, como define o rabino Nilton Bonder no texto que apresenta o delicado e instigante álbum.
AGENDA
“Desculpe o Transtorno” (Estreia dia 15 nos cinemas)
Na comédia de Tomas Portella, o ator Gregorio Duvivier tem dupla personalidade: em São Paulo ele é o certinho Eduardo; no Rio, vira Duca – e se apaixona por uma descolada carioca.
“Fragmentos”
O Museu de Arte Sacra de São Paulo expõe a partir do sábado 17 objetos oriundos de demolições de catedrais, igrejas e capelas brasileiras que pertencem à coleção de Rafael Schunk.
“Arte como Campo de Jogo”
A exposição que ocupa o Castelinho do Flamengo, no Rio, a partir da quinta-feira 15, reúne 17 obras selecionadas de artistas de cinco países que desenvolvem pesquisas no campo da imagem e apresentam diferentes experiências de linguagem. A entrada é gratuita. Até dia 8/10.
