O Estado norueguês anunciou nesta sexta-feira a compra de um grande território no arquipélago de Svalbard, no Ártico, pelo qual empresas estrangeiras teriam mostrado interesse.

Com 217,6 km2 de terras selvagens em latitudes de uma importância estratégica crescente, o domínio de Austre Adventfjord tinha sido colocado à venda pelos seus proprietários, uma família norueguesa, no início de 2014. O local fica na ilha de Spitsbergen, perto de Longyearbyen, a capital do arquipélago de Svalbard.

A operação gerou desde então todo tipo de especulações. Meios de comunicação e especialistas destacaram o interesse de investidores chineses e russos na região, rica em recursos naturais e onde o tráfego marítimo provavelmente aumentará em consequência da redução das placas de gelo flutuantes.

Em janeiro, o advogado responsável pela transação, Erling Lyngtveit, disse à radiotelevisão pública NRK que duas empresas estrangeiras tinham manifestado interesse no território, sem especificar quais eram nem a sua nacionalidade. A AFP tentou sem sucesso entrar em contato com Lyngtveit nesta sexta-feira.

Finalmente, o Estado norueguês adquiriu as terras por 300 milhões de coroas (33,5 milhões de euros).

Em um comunicado, a ministra do Comércio e da Pesca, Monica Maeland, explicou que a compra foi motivada principalmente “pela localização das terras perto de Longyearbyen” e por um “desejo de que estas terras sejam norueguesas”.

Com um território duas vezes maior que a Bélgica, Svalbard se situa nos confins do oceano Ártico, a 1.200 km do Polo Norte. Sob soberania norueguesa, é regido por um tratado de 1920 que prevê um acesso igualitário a todos os nacionais dos países signatários.