Nicholas Santos brilhou nesta segunda-feira ao conquistar a prata na final dos 50 metros borboleta do Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste, onde fez história como mais velho medalhista em atividade na natação nesta importante competição, na qual há dois anos também subiu ao segundo lugar do pódio da mesma prova em Kazan, na Rússia.

Após esta nova prata obtida em Mundial, agora na Hungria, o brasileiro festejou e não escondeu a importância do seu feito, mas evitou projetar a sua possível participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, quando terá 40 anos de idade. Ele prefere almejar objetivos mais próximos antes de possivelmente buscar sua classificação para a Olimpíada que ocorrerá no Japão.

“Estou superfeliz, estou no ‘plus”, com 37 anos, sou o nadador mais velho a ganhar medalha em Mundial e ainda estão me perguntando se vou para 2020. Calma, um ano de cada vez, vamos pensar primeiro no Mundial de (Piscina) Curta (25 metros) do ano que vem (na China)”, afirmou o nadador, que garantiu o segundo lugar com o tempo de 22s79, ficando atrás apenas britânico Benjamin Proud, ouro com 22s75.

“Venho acompanhando os caras competindo e sabia que ele (Benjamin), quando descansasse, nadaria bem melhor. Não esperava grandes resultados do Govorov, e no momento que você coloca pressão se vê quem segura a onda ou não. Eu não pude analisar o numero que eu fiz, mas a sensação era igual ao tempo que fiz no Maria Lenk (em maio, quando cravou o recorde sul-americano dos 50 metros borboleta com 22s61, tempo que lhe renderia o ouro nesta segunda-feira)”, completou.

Nicholas Santos ainda exibiu certo conformismo com o fato de que o ouro foi para Proud e não para o norte-americano Caeleb Remel Dressel, quarto colocado da final, que havia passado à decisão por medalhas cronometrando 22s76, melhor tempo das semifinais, mas que no fim terminou a distância em 22s89. Assim, ele foi superado também pelo ucraniano Andrii Govorov, bronze ao marcar 22s84.

“Eu queria ter sido o primeiro, mas o Proud sendo o primeiro fiquei mais aliviado, é um cara bacana. O americano (Dressel) ficou batendo no bloco, gritando na entrada e depois ‘não segurou a bronca’. Amanhã é aniversário de meu filho, queria dar o ouro para ele, mas essa prata tá valendo muito. Fiquei bastante feliz com o resultado do revezamento (4x100m livre) de ontem (quando o Brasil levou a prata), fazia muitos anos que não tínhamos medalha. Achei que o diferencial foi o Marcelo (Chierighini) e o (Bruno) Fratus fechando braço a braço com o Nathan Adrian. No Mundial de Curta temos bastante medalhas, mas no de longa estava demorando”, ressaltou.

Outro brasileiro presente nesta final dos 50 metros borboleta, Henrique Martins sequer conseguiu nadar na casa dos 22 segundos e terminou em sexto lugar com o tempo de 23s14. Após a prova, ele disse que fez o melhor que podia, mas reconheceu que seu nível ainda foi abaixo do necessário para poder sonhar com um pódio neste Mundial.

“A gente sempre entra numa final com a expectativa de conseguir o pódio. O objetivo inicial era pegar a final, mas quando você está na final a cabeça começa a pensar como seria entrar no pódio. O tempo foi praticamente o mesmo da semifinal (na qual cravou 23s13). Não errei nada na prova, fui consistente, mas não era o suficiente para estar neste pódio. Estou feliz, mas com um gosto de ‘quero mais'”, analisou o Henrique, para depois destacar que vem evoluindo nos últimos anos e já projetar o seu próximo desafio neste Mundial.

“A gente tenta acelerar o processo, mas de 2014 pra cá eu amadureci muito na parte de treinamento, e na parte mental que acho que é a principal. Falta um pouco ainda. Em Mundial não tem espaço pra ficar nervoso. Foi bom, mas podia ser melhor. Agora vou descansar porque ainda tenho os 100m borboleta (na sexta-feira) e quero ter um bom resultado lá”, reforçou o nadador.