O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta terça-feira, no Quênia, aumentar a cooperação em termos de segurança, no segundo dia de sua histórica viagem pela África, buscando reafirmar sua presença em um continente que, durante décadas, voltou-lhe as costas

“Trabalhando juntos podemos vencer ainda mais rapidamente a praga que é o terrorismo”, disse Netanyahu em coletiva de imprensa em Nairóbi, após se reunir com o presidente queniano, Uhuru Kenyatta.

“Experimentamos ataques similares em nossos países”, disse o primeiro-ministro israelense, fazendo referência ao ataque contra o shopping center de Westgate, em 2013, que deixou 67 mortos.

Netanyahu, que chegou à África na segunda-feira para participar de uma minicúpula regional em Uganda sobre segurança e terrorismo junto com os chefes de Estado do Quênia, Ruanda, Etiópia, Sudão do Sul, Zâmbia e Malauí, voltou a colocar este tema na agenda.

“O resultado prático de nossa cooperação pode ser mais segurança e mais prosperidade”, acrescentou Netanyahu, que classificou como “histórico” seu deslocamento, que na quarta-feira o levará a Ruanda e na quinta à Etiópia.

Esta é a primeira viagem de um primeiro-ministro israelense ao continente em décadas.

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Em sua delegação, Netanyahu incluiu 80 homens de negócios e conseguiu fechar acordos em matéria de gestão de águas, saúde pública e imigração. Ainda que o aspecto diplomático seja o que mais ressalta na visita.

Nesta viagem, Israel busca ganhar o apoio dos países africanos nas instituições internacionais, onde o Estado hebreu recebe duras críticas pela ocupação dos territórios palestinos ou por suas atividades nucleares.

O comércio de Israel com a África representa 2% do comércio exterior, com uma ampla margem para avanço, em um momento que cresce a demanda de seus produtos e de sua experiência no âmbito de segurança.

– Relação difícil –

“Como continentes, temos uma relação difícil com Israel”, disse Uhuru Kenyatta. “Mas o mundo mudou e não podemos viver no passado”, assinalou.

Na década de 1960 muitos países africanos se distanciaram de Israel após as guerras do Estado hebreu e seus países vizinhos entre 1967 e 1973, e pelos vínculos entre o governo com o regime de apartheid na África do Sul.

A respeito da luta antiterrorista, Kenyatta disse que “Israel teve que fazer frente a esta ameaça há muito tempo”, elogiando a experiência do país ao dizer que pode contribuir para o Quênia, especialmente em âmbitos como a formação, o progresso tecnológico e a troca de informação.

“Não vamos poder assegurar o desenvolvimento econômico que desejamos para nosso povo se não pudermos assegurar a segurança de nossa nação”, afirmou o presidente, que convidou Netanyahu para visitar o país durante uma viagem por Israel em fevereiro.

Na segunda-feira Netanyahu participou em Uganda de uma cerimônia solene para comemorar a operação Entebbe, uma ação de resgate para libertar os passageiros do voo sequestrado pelos palestinos e alemães, onde seu irmão morreu há quarenta anos.


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