A natação do Brasil logo no primeiro dia de disputas no Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste, na Hungria, teve um desempenho muito bom neste domingo. Ao todo foi uma medalha de prata – com o revezamento 4×100 metros livre -, dois recordes sul-americanos e duas finais. O país está em quarto no quadro de medalhas da natação e em oitavo no geral.

Nas demais provas do dia, Joanna Maranhão teve uma crise de síndrome do pânico pela manhã. Desmaiou, passou mal, mas conseguiu enfrentar a situação difícil para nadar a semifinal dos 200 metros medley, onde fez 2min11s24 e superou o seu recorde sul-americano, de 2min12s12, estabelecido no Mundial de Roma, em 2009, ainda na época dos trajes tecnológicos. A marca deu a ela o 10.º lugar na competição.

“A crise de pânico faz o pensamento fugir. Deitei, fiquei orando. Desci pro café. Vomitei o café… Só bate a ansiedade antes. Depois que eu caio na água acabou. Preciso aprender com isso. O pensamento é de fuga. Eu reverti a situação. Eu tenho uma meta que é ganhar de mim com traje. Nunca consegui nos 200 metros medley e era um pouco frustrante porque eu via que estava melhor, mais rápida. O desafio agora é me manter motivada e o fato de eu ter revertido uma síndrome de pânico pela primeira vez foi muito importante. Estou confiante”, disse Joanna Maranhão.

Nicholas Santos e Henrique Martins estão na final dos 50 metros borboleta. Henrique nadou a primeira semifinal, marcou 23s13 e vai na sexta posição para a final. Nicholas estava na segunda série e terminou com o terceiro tempo geral, com 22s94.

“A gente tá numa fase muito boa, mas a final é amanhã (segunda-feira). Vamos ver o que rola aí. Agora é muito mais o coração do que o que a gente tem de natação. Meu objetivo na eliminatória era classificar para a segunda semifinal porque eu consigo ver quem está nadando e saber o que está rolando. Felizmente deu certo o que eu pensei e era 23 segundos baixinho que eu queria ter nadado mesmo. É 50 metros e não dá pra nadar fraco. Só tem cara fera aí. Vamos ver a final. Eu já sou um senhor”, brincou Nicholas Santos.

Feliz com a classificação, Henrique Martins se disse feliz em ser finalista do Mundial junto com alguns dos grandes nadadores do mundo. “É uma sensação muito boa estar nadando com os caras”, afirmou.

Nos 100 metros peito, Felipe Lima e João Gomes Júnior não conseguiram a classificação para a decisão. Nas semifinais, Felipe fez 59s48 e terminou em 10.º lugar. João teve desempenho pior e ficou em 11.º, com 59s56.

OUTRAS PROVAS – Uma das favoritas a muitas medalhas no Mundial de Budapeste, a norte-americana Katie Ledecky começou com o pé direito a sua participação na competição. Neste domingo, ela conquistou os dois primeiros ouros que disputou – nos 400 metros livre e no revezamento 4×100 metros livre. Assim, entrou para a história ao se tornar a primeira nadadora a encadear três títulos mundiais consecutivos em uma prova individual.

Katie Ledecky já acumula 11 títulos mundiais. Seu ouro no 4×100 metros livre teve o mérito de acontecer na mesma prova em que a sueca Sarah Sjöstrom quebrou o recorde mundial dos 100 metros na sua participação no revezamento (51s71). Apesar disso, a Suécia sequer subiu ao pódio, terminando na quinta colocação. A prata ficou com a equipe da Austrália, enquanto que a Holanda garantiu o bronze.

Em outra final deste domingo em Budapeste, o chinês Sun Yang conquistou o seu terceiro título de campeão do mundo dos 400 metros livre, com 3min43s48). Campeão em Barcelona-2013 e Kazan-2015, ele superou o australiano Mack Horton e o italiano Gabriele Detti.