ROMA, 19 ABR (ANSA) – Por Monica Nardone – A Nasa anunciou nesta quarta-feira (19) um novo planeta externo ao Sistema Solar, os chamados exoplanetas, que mais tem probabilidade de abrigar vida. Batizado de LHS1140b, o planeta é rochoso está na distância correta de sua estrela para ter um clima ameno e água líquida.   

Descrito detalhadamente pela revista “Nature”, o planeta é um pouco maior do que a Terra e está a 39 anos-luz. Ele foi descoberto pelos pesquisadores liderados por Jason Dittmann, do centro norte-americano Harvard-Smithsonian para Astrofísica.   

A característica que torna o LHS1140b o mais fascinante dos planetas descobertos até agora é a posição que ocupa próximo a sua estrela, chamada de LHS1140. Essa última é um pouco menor e mais fria em relação ao Sol e o planeta está no meio da chamada “zona habitável” para a vida.   

“É o exoplaneta mais emocionante que já vimos nos últimos 10 anos”, disse Dittmann à revista. “Dificilmente poderia ser encontrado um objetivo melhor para procurar vida além da Terra”, acrescentou o pesquisador.   

Também para Raffaele Gratton, do Observatório de Pádua do Instituo Nacional de Astrofísica (Inaf), esse é um planeta muito interessante. O próximo objetivo, destacou Gratton, será observar a sua atmosfera para “ver, por exemplo, se ele é dominado por vapor de água, como ocorre na Terra, ou por dióxido de carbono, como na atmosfera de Marte ou de Vênus”.   

Para o especialista, embora a presença de água no novo planeta “não seja a arma fumegante da existência da vida, ela nos dá uma boa indicação” sobre as condições locais.   

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O novo astro foi localizado graças aos telescópios Mearth-South Array, do Chile, o novo planeta está inserida na constelação de Cetus. Estima-se que ele tenha um diâmetro 1,4 maior do que a Terra, mas a sua massa pode ser até sete vezes maior, o que o tornaria muito denso. Isso implica que esse novo mundo poderia ser facilmente feito de rocha, com um núcleo de ferro muito denso. Segundo os astrônomos, o planeta LHS1140b é um objetivo ainda mais importante para a busca da vida em relação a outros mundos rochosos, como os planetas da estrela Trappist 1 ou o “gêmeo” da Terra, o Proxima B, que orbita em torno da “estrela próxima de casa”, a Proxima Centauri.   

Entre os planetas potencialmente habitáveis, “esse é o mais fácil de estudar com os atuais instrumentos”, acrescentou Gratton. O planeta LHS1140b, continua, “gira em torno de uma estrela mais brilhante que Trappist 1 e isso permite que o estudemos melhor enquanto passa em frente ao seu astro”.   

Essa é ainda uma vantagem sobre o Proxima B, que não permite observação da Terra quando passa por sua estrela. (ANSA)


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