O que Roger Federer fez nas quadras duras, no início do ano, Rafael Nadal reproduziu no saibro europeu. E, assim como o suíço, o espanhol se reergueu no circuito profissional. Tanto que se tornou o franco favorito ao 10.º título em Roland Garros, que começa neste domingo. O sérvio Novak Djokovic, atual número 2 do mundo e atual campeão, e o escocês Andy Murray, líder do ranking, correm por fora nesta disputa, que não terá Federer, fora deste giro de saibro por opção técnica.

Rafael Nadal chega à Roland Garros embalado por três troféus importantes na terra batida. Venceu os Masters 1000 de Montecarlo e Madri e o ATP 500 de Barcelona. Caiu cedo no Masters 1000 de Roma, mas o revés inesperado é facilmente explicado pelo desgaste das partidas em série. Recuperado fisicamente, quer superar o frustrante abandono em 2016, quando deixou a competição ainda na terceira rodada. “Quase destruí o meu punho esquerdo naquele torneio”, disse o espanhol.

Parar Rafael Nadal será tarefa ingrata para Novak Djokovic e Andy Murray. O britânico esteve longe de convencer no giro de saibro que precede Roland Garros. Mas não foi ameaçado no topo do ranking porque o sérvio também decepcionou. O último revés aconteceu na final de Roma, quando era o grande favorito, mas caiu diante do alemão Alexander Zverev.

Sem treinador até aquela competição, o sérvio anunciou o norte-americano Andre Agassi para comandá-lo, a princípio somente em Paris. A contratação deve ter poucos efeitos práticos no jogo de Novak Djokovic em Roland Garros, mas pode ser uma novidade em sua motivação. “Ele é alguém que me inspira e isso é o que senti que eu precisava”, afirmou. Pelo sorteio das chaves, Djokovic poderá cruzar com Nadal em uma eventual semifinal. Andy Murray seria um possível rival na final.

A marca da chave feminina em Paris é a ausência. Roland Garros não terá a norte-americana Serena Williams, grávida, a bielo-russa Victoria Azarenka, voltando aos treinos após ser mãe, e a russa Maria Sharapova, alvo de forte polêmica ao ter rejeitado pedido para ganhar convite e entrar direto na chave principal no Grand Slam. Ela não tinha ranking suficiente para competir por causa da suspensão de 15 meses por doping.

Sem as grandes favoritas, a chave se tornou quase uma loteria. “Eu poderia citar umas 15 candidatas ao título”, resumiu a romena Simona Halep, ela mesma uma possível favorita em Paris.

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BRASILEIROS – O País terá duas novidades em Roland Garros. Thiago Monteiro vai competir pela primeira vez na chave principal em Paris. Será o seu segundo Grand Slam porque entrou também no Aberto da Austrália. Já Beatriz Haddad Maia fará a sua estreia em uma chave de Slam, após passar pelo qualifying. Curiosamente, os dois tenistas são namorados.

“Estou ansioso, é o torneio que mais gosto e será um sonho poder disputá-lo pela primeira vez”, admitiu Thiago Monteiro, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. “Fica aquele friozinho na barriga, mas quando entrar em quadra estarei preparado para dar meu melhor desempenho e as buscar vitórias”, afirma o 95.º do ranking. Ele estreará contra o local Alexandre Müller, convidado da organização.

Thomaz Bellucci, o número 1 do Brasil e 59.º do mundo, quer superar a desconfiança após resultados irregulares no giro de saibro. “Tenho batido na trave em muitos jogos neste ano, poderia estar entre os 40 do mundo se tivesse conseguido aproveitar algumas chances. Mas agora é olhar adiante e saber que estou perto de alcançar um bom resultado”, disse o tenista à reportagem. A estreia será contra o sérvio Dusan Lajovic, 79.º do ranking. Rogério Dutra Silva, o outro brasileiro na chave, terá o russo Mikhail Youzhny pela frente.


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