Samuca e a Selva: uma big band tropical

Questionamentos filosóficos em uma canção com groove, metais e “forte pegada MPBística”. É assim a definição de Samuca e a Selva para a música “Madurar”, faixa-título do CD que a banda de dez músicos liderada pelo cantor e compositor Samuel Samuca. Nascido em Guaratinguetá (SP), ele foi criado num caldo musical que combina música brasileira com soul, funk, afrobeat e latinidade. No disco que acaba de chegar às lojas, Samuca fala ao mundo a partir de sua aldeia. “Guará”: “Saci, caipora/ Monteiro Lobato (…) Sou feio/ Mas simpático/ Mas sou mais eu”. Um recado que atesta a personalidade de quem confia no que faz.

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Samuel Samuca e a Selva: falando ao mundo a partir de sua aldeia (Crédito:Divulgação/Milena Seta)


O manifesto antropofágico de Fabio Brazza
Neto de Ronaldo Azeredo, um dos menos conhecidos (mas nem por isso menos talentosos) expoentes do concretismo na poesia brasileira, Fabio Brazza escolheu a releitura que Oswald de Andrade fez de Sheakespeare para sintetizar seu manifesto de amor ao País: “Tupi, or not Tupi” é o disco em que ele dá sequência ao processo de reinvenção da música brasileira iniciado em 2014 com “Filha da Pátria”. Para emoldurar suas letras canto-faladas que convidam a sonhar com uma nação mais justa (como fica explícito em “Imagina como Seria”) Brazza promove uma mistura de ritmos que percorre o “Brasil de Norte a Sul” (título de outra composição do disco). Funk, forró, repente, samba, rap, choro e até toada se cruzam no manifesto antropofágico de Brazza – um artistas que se fortalece absorvendo o que o mundo oferece de bom. Não por acaso, a faixa de abertura é “Mistura Aê”.

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Fabio Brazza: músicas que fazem declaração de amor ao Brasil


“Eu quero é ser um instrumento”
Bruna Caram é poeta (já publicou o livro “Pequena Poesia Passional”), compõe, canta, toca sanfona – e quer mais. “Canto porque ter voz não basta. Eu quero ser um instrumento”, escreveu na contracapa de “Multialma”, seu mais recente trabalho. Romântica sem ingenuidade, apaixonada que não descarta as ironias precisas, ela sabe que delicadeza também é potência e que sua voz não está aí para ganhar no grito. Ganha na suavidade. “O bom humor é minha marca registrada na vida, faltava na arte”, resume a autora de “Vou pra rua”, que representa bem o atual momento da mulher brasileira: “Eu não obedeço a sua censura/ Se eu quiser vou pra rua/ Se eu quiser vou pra lua/ E te proíbo de pedir recibo da minha soltura (…) Não vou viver clandestina/ Nem virar refém/ Só o meu querer me domina”.

A bem-humorada Bruna Caram: delicadeza também é potência
A bem-humorada Bruna Caram: delicadeza também é potência (Crédito:Divulgação)

Assista ao vídeo de “Vou pra Rua”