Mudanças rápidas

PROVA Programas ligados ao ensino passam por revisão do ministro Mendonça Filho
PROVA Programas ligados ao ensino passam por revisão do ministro Mendonça Filho

Os ministérios da Educação, de Mendonça Filho, e do Planejamento, de Dyogo Oliveira, com o acompanhamento da Casa Civil, farão a primeira reunião ainda neste mês de setembro para reavaliar programas de ensino com subsídio do governo federal, como Prouni, Fies e Pronatec. A discussão será feita com base na eficiência de cada um deles. Estão fazendo um levantamento quantitativo e qualitativo de temas como a desistência dos cursos superiores, inadimplência, entrada no mercado de trabalho depois da formação, etc. Apesar de parecer algo ainda distante de conclusões, fontes das pastas apostam que mudanças serão implementadas tão rapidamente como aconteceu com a revisão do auxílio doença que, num piscar de olhos, passou a vigorar.

Tim-tim… Por tim-tim

Agora que Michel Temer decidiu mandar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso antes das eleições, o governo traça estratégias para aprovar essa e outras reformas do ajuste fiscal. Além de fazer uma campanha publicitária, o presidente está escalando o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para ajudar nos bastidores.

Meirelles vai se reunir com as bancadas e representantes das siglas da base. A ideia é municiá-los de argumentos para que possam apresentar a suas bases eleitorais. A ideia atende à reivindicação dos próprios parlamentares. “Se tivesse de dar um conselho a Temer, seria ‘fale com a sociedade’”, diz o tucano Miguel Haddad (SP).

Dr. Jekyll e o senhor Hyde

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Médico de formação, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) (na foto) tem aproveitado o tempo livre no presídio em Curitiba para cuidar da saúde dos colegas de cárcere. Nos últimos dias, convenceu o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu a pedir atendimento médico externo porque tinha sangramentos de uma cirurgia que fez pouco antes de ser preso, em maio. Os dois estão detidos pelo recebimento de propinas na Lava Jato.

Rápidas

* O fatiamento da votação entre impeachment e perda dos direitos políticos de Dilma virou um jogo de perde-perde para o atual governo. De acordo com integrantes do alto-escalão, o fatiamento indignou os anti-Dilma, por motivos óbvios. Mas abriu brecha para dilmistas alegarem esta ser a prova de que foi um pretexto para tirarem o cargo dela.

* A ruptura nacional entre PT e PMDB não deve mudar alianças no Pará. Controlado pelos Barbalho, apoiadores do impeachment, o PMDB local defende a manutenção da parceria. Adversário dos tucanos, Helder Barbalho conta com o apoio do PT para se eleger.

* Responsável pelas articulações do governo Temer com o Congresso, o ministro Geddel Vieira Lima já está sofrendo com a base aliada. Entre alguns parlamentares do centrão, ele tem sido chamado de “egoísta” e “vaidoso”.

* Ministros brincam fazendo uma bolsa de apostas: quando os tucanos vão desembarcar do governo Temer, será antes ou depois das eleições para presidente da Câmara dos Deputados? O PSDB precisa do apoio dos peemedebistas para emplacar Antonio Imbassahy (BA).

Retrato falado

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“Não vou radicalizar. Este é o momento de construir pontes, não destruí-las”

Líder do PMDB no Senado, o cearense Eunício de Oliveira teve um papel determinante na articulação pró-impeachment. Mas foi com seu aval que aprovaram a manutenção dos direitos políticos de Dilma Rousseff. Questionado, Eunício minimizou o imbróglio e defendeu o diálogo. “Ninguém estava aqui para perseguir pessoalmente a presidente Dilma. Agora vamos começar do zero”, diz ele, que já sonha em assumir a presidência da Casa, em 2018.

Toma lá dá cá

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HELDER BARBALHO (PMDB-PA), MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
O que muda com a definição do impeachment?
Inicia-se efetivamente o cumprimento de uma agenda clara colocada pelo presidente, até dezembro de 2018. Que é concluir as obras estratégicas para o Brasil, garantir o ajuste fiscal, a realização de reformas estruturantes e o aperfeiçoamento de programas sociais. Queremos garantir direitos conquistados pela sociedade, conciliando com a capacidade econômica que o governo tenha para isso.

São medidas amargas. É um teste à capacidade política de Temer?
O presidente tem a responsabilidade de cumprir um papel histórico de transição para o reencontro do crescimento e do desenvolvimento. Sua capacidade política é um fator determinante para o êxito desse projeto.

Negócios na China
Entre todos os encontros bilaterais do presidente Michel Temer com chefes de governo na China, o mais produtivo para o Brasil foi com o príncipe da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman Al Saud. Filho do rei saudita, o herdeiro, que atua como uma espécie de primeiro-ministro, manifestou interesse em ampliar a importação de alimentos e de material bélico produzidos no Brasil, além de investimentos em petróleo e petroquímica. Quer também estreitar a troca de informações para ajudar no combate ao terrorismo internacional. Entusiasmado, em solo chinês, o chanceler José Serra já combinou com o árabe e vai liderar uma missão brasileira à Arábia ainda este ano.

Ex-inimiga
Antes apelidada por petistas como “a rainha da motosserra”, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) está sendo aclamada na legenda para compor uma chapa e concorrer à Presidência da República como candidata a vice. Um sinal de agradecimento à fidelidade dispendida ao projeto Dilma Rousseff.

Em busca… de proteção

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Desesperados com a sequência sistemática de assaltos, produtores de café da região de Guaxupé, no interior de Minas, aproveitaram a visita do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, há duas semanas, para pedir que ele intercedesse junto ao governo federal por mais segurança na área rural. Agricultores já perderam toneladas de sacas do produto.

Está encantado

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O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski é mais um a sucumbir aos encantos do livro “O Homem que Amava os Cachorros”, do escritor cubano Leonardo Padura, sobre o encontro entre Leon Trotski e seu assassino, Ramón Mercader. É uma das obras preferidas de Dilma nos últimos tempos.