Cerca de 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) montaram acampamento nesta segunda-feira, 21, na entrada da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para pressionar deputados a não votarem a favor da abertura de ação penal, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), contra o governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), investigado no âmbito da Operação Acrônimo por corrupção. O MST é um tradicional aliado do PT.

Segundo o coordenador do movimento em Minas, Silvio Neto, o acampamento será mantido na Assembleia até, no mínimo, a quarta-feira, 23, quando deverá ser votado o pedido de abertura da ação contra o governador.

“Nesse contexto de golpe em que o País se encontra, estamos aqui para deixar claro aos parlamentares que o povo de Minas Gerais exige respeito à democracia, e que a receita nacional golpista não se aplicará em nosso Estado”, disse Neto.

A decisão de que a Assembleia deveria autorizar a abertura da ação foi tomada pelo próprio STJ em 5 de outubro. Caso seja aprovada pelos deputados, o afastamento do governador não acontecerá de imediato, e dependerá do andamento da ação.

A base de Pimentel precisa do voto de 26 dos 77 deputados estaduais de Minas Gerais. O líder do governo na Assembleia, Durval Ângelo (PT) afirma ter “maioria tranquila” para evitar a abertura da ação.

Pelo regimento da Casa, a autorização ao STJ precisa ser discutida por até seis sessões de plenário. A sessão da manhã desta segunda-feira foi a terceira delas. Outras duas estão marcadas para a tarde e a noite. Existe a possibilidade, no entanto, de cancelamento das sessões, como já chegou a ocorrer na semana passada.