O Ministério Público manterá a investigação sobre o acidente de helicóptero que matou o filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e mais quatro tripulantes em abril de 2015, mesmo depois da divulgação de um relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que afirmou que o helicóptero estava com componentes desconectados na queda.

“A opinião do Ministério Público a respeito dos fatos não está formada, porque não concluída a investigação. No entanto, até o momento, nada alterou a manifestação já lançada no final do ano passado. Não é provável que o helicóptero tivesse alçado voo com os componentes apontados não conectados da maneira como manda o manual. Qualquer opção e enroscamento incorreto e/ou precário não permitiria o voo na forma como ocorreu”, diz nota assinada pela promotora Sandra Reimberg, de Carapicuíba, na Grande São Paulo.

“O Ministério Público oferece denúncia de acordo com a prova existente nas investigações. Relatório Final do Cenipa não é meio de prova. É simplesmente uma conclusão de um órgão da aeronáutica, cuja atribuição é a investigação de acidentes e incidentes aeronáuticos e tem por objetivo único a prevenção de outros acidentes e incidentes. Não se trata de laudo, não é subscrito por perito oficial, nem pode destinar-se a produzir efeitos em feitos judiciais”, descreve a promotora em nota divulgada à imprensa.

O relatório. Para o Cenipa, a haste de comando do helicóptero que levava o filho de Alckmin e mais quatro tripulantes estava desconectada. Esta é a principal conclusão do relatório final elaborador pelos peritos. O documento foi entregue nesta semana a Alckmin, em reunião ocorrida no Palácio dos Bandeirantes, da qual participaram o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato.

O acidente ocorreu em Carapicuíba, na Grande São Paulo, em 2 de abril de 2015, com helicóptero da empresa Seripatri. Além de Thomaz Alckmin, morreram o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, Erick Martinho e Leandro Souza.

Sem o comando da haste, o piloto consegue fazer a aeronave decolar mas fica sem condições de manobrá-la corretamente. A conclusão do relatório corrobora versão apresentada pela Força Aérea Brasileira (FAB) em julho de 2015.

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O relatório ainda ressalta que havia um passageiro, não habilitado na aeronave, ocupando assento do copiloto. E afirma que a rotina de trabalho da equipe de manutenção sofria com acúmulo de funções, interferências e interrupções diversas.


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