O Ministério Público Estadual (MPE) devolveu à Polícia Civil o inquérito que apurou a morte de um garoto de 10 anos, em junho do ano passado, após suposto tiroteio com policiais militares, na Vila Andrade, zona sul de São Paulo, e pediu 23 novas diligências. O menino, com um amigo de 11 anos, teria furtado um carro e sido perseguido por PMs. A promotoria alega que a investigação “tem falhas e não chega a nenhuma conclusão”.

Para o promotor Fernando Bolque, do 1.º Tribunal do Júri, os PMs cometeram erros de procedimento e isso não foi explicado. “Há uma série de laudos pedidos que não foram anexados nos autos, porque não ficaram prontos, depoimentos contraditórios, entre outros itens.”

Foi pedido ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) que inclua nos autos a gravação da conversa entre os policiais, a conclusão dos exames de urina, sangue e toxicológico do menino e novos depoimentos dos Pms.

Três perguntas, diz, seguem sem resposta. “Por que os PMs tiraram a arma que estaria com o menino do local do crime? Por que o sobrevivente ficou rodando com os policiais até chegar em casa, em vez de ser levado diretamente à delegacia? Por que os PMs envolvidos mudaram os depoimentos?”

Segundo o MPE, os policiais, por duas vezes, disseram que dispararam após serem recebidos a tiros. Mas a perícia não achou vestígio de pólvora no carro. Seis PMs são investigados e cumprem funções administrativas.

Estado

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que o DHPP ainda não recebeu o inquérito de volta, mas cumprirá os pedidos do MPE. Segundo a pasta, o inquérito foi relatado à Justiça em fevereiro, sem indiciar ninguém, porque as provas e depoimentos confirmam a versão dos PMs. O inquérito militar foi encerrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.