Lançado no ano passado o Z Play foi um celular bastante elogiado por equilibrar preço adequado, boa configuração e bateria de longa duração. Era portanto natural que a Motorola trabalhasse em um sucessor. Lançado há duas semanas no País, o Z2 Play (R$ 1.999) repete a fórmula que fez o sucesso do original, com algumas modificações. Confira mais no teste.

Design

Feito em peça única de metal, fino (6 milímetros) e leve (145g), o Z2 Play é sem dúvida um celular elegante. Mas uma capinha é praticamente obrigatória para proteger a câmera e os conectores dos Moto Snaps. Parte da câmera fica “para fora” do aparelho e portanto exposta a arranhões, e qualquer dano aos conectores pode fazer com que os snaps não funcionem corretamente.

Como na maioria dos smartphones atualmente no mercado, os botões de volume e liga/desliga ficam do lado direito. Na parte inferior, o conector para carregamento do tipo USB-C, o que significa que os cabos USB mais comuns no mercado (do tipo microUSB) não encaixam sem um adaptador. Chips de operadora e cartão de memória são encaixados em uma discretíssima gaveta na parte superior do aparelho.

Configuração

Com preço na casa de R$ 2.000, o Z2 Play está na categoria dos celulares intermediários. IstoÉ mediu o desempenho do aparelho com o aplicativo AnTuTu e, sem surpresas, o resultado foi médio, com 66.145 pontos.

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Resumidamente, três itens separam o Z2 Play de smartphones de ponta: processador, tela e câmera.

O processador Snapdragon 626 não é o modelo mais avançado da Qualcomm, mas dá conta do recado e o smartphone é bem rápido em operações cotidianas. A tela de 5,5 polegadas tem resolução Full HD de 1,920 x 1.080, inferior à resolução QuadHD de smartphones como Galaxy S8 e Moto Z. Esse aspecto, no entanto, não faz muita diferença para quem não é obcecado por especificações técnicas.

A câmera até tem a boa resolução de 12 MP e foco a laser, mas a qualidade das fotos sofre um pouco em situações de baixa luz. Certamente é uma câmera excelente e boa o suficiente para situações do dia a dia, mas não está no mesmo nível de câmeras de celulares na faixa de R$ 4.000.

Em compensação, o Z2 Play traz configuração de ponta em dois aspectos muito importantes: armazenamento e memória RAM. O aparelho vem com fartos 64 GB de armazenamento e ainda tem entrada para cartões de memória microSD de até 2 TB. E os 4 GB de RAM são o padrão encontrado em aparelhos de ponta.

O primeiro Z Play ficou famoso pela duração de sua bateria. O Z2 Play é mais fino do que seu antecessor, e, por consequência, a bateria é menor. Ainda assim, nos testes de IstoÉ, a bateria se saiu muito bem e permitiu um dia inteiro de uso com folga. IstoÉ testou ainda a bateria com um vídeo rodando continuamente com brilho no máximo. A bateria durou 15 horas, um valor muito bom para este tipo de teste.

Moto Snaps

Os Moto Snaps de bateria extra (esquerda), caixa de som (centro) e câmera fotográfica (direita) (Crédito:André Cardozo)

Um dos diferenciais do Z2 Play é sua compatibilidade com os Moto Snaps, acessórios lançados no ano passado e também compatíveis com o Moto Z Play. Esses acessórios são encaixados na parte de trás do smartphone e ampliam os recursos do aparelho.

IstoÉ testou o Z2 Play com os snaps de bateria extra (criada pela Incipio), câmera (da Hasselblad) e caixa de som (da JBL). O encaixe é fácil e todos eles começam a funcionar assim que são encaixados, sem qualquer tipo de configuração extra.

Os Moto Snaps são sem dúvida um recurso muito interessante e é até divertido trocar os módulos. Mas deve-se observar que com eles a brincadeira fica consideravelmente mais cara. A bateria extra sai por R$ 399, a caixa de som custa R$ 699 e o módulo de câmera custa R$ 1.499.

Em todos os casos os snaps são consideravelmente mais caros do que soluções mais genéricas. Vale ressaltar também que eles são apenas compatíveis com alguns celulares da Motorola, ou seja, tornam-se inúteis se o usuário trocar seu celular por modelo de outra marca.

Por outro lado, os snaps trazem praticidade e conveniência e a qualidade da construção e do design dos módulos é excelente. Além disso, o usuário pode optar pelo módulo que desejar e alguns combos da Motorola permitem comprar os snaps com desconto junto com o aparelho.


Software

Como é característico da Motorola, o Z2 Play vem com uma instalação praticamente “pura” do Android. Além de deixar mais espaço na memória para aplicativos, essa estratégia permite que a Motorola atualize rapidamente seus celulares para as versões mais recentes do Android. O Z2 Play já vem de fábrica com a versão 7.1.1 do Android, a mais recente.

Conclusão

O Z2 Play acerta em cheio ao trazer uma configuração boa o suficiente para a maioria dos usuários em um aparelho fino, leve e elegante. É uma boa opção para quem não quer gastar mais de R$ 3 mil em um celular, mas deseja mais desempenho do que os modelos na casa de R$ 1.000 costumam oferecer. Em relação a seu antecessor, a bateria ficou um pouco menor, mas ainda traz boa duração. E os Moto Snaps dão versatilidade para quem quiser gastar um pouco mais e ampliar os recursos do aparelho.

Ficha técnica – Moto Z2 Play

Fabricante: Lenovo Motorola
Configuração: processador Qualcomm Snapdragon 626 2,2 GHz com oito núcleos, 4 GB de RAM, 64 GB de armazenamento (além de entrada para cartão microSD de até 2 TB), tela Full HD AMOLED de 5,5 polegadas, sistema Android 7.1.1 Nougat, câmera traseira de 12 MP com foco a laser e abertura de f/1.7 e gravação de vídeo em 4k, câmera frontal de 5 MP com lente grande ocular e flash, bateria de 3.000 mAh, Dual chip (chip do tipo nanoSIM), NFC, porta USB-C, leitor de digitais.
Preço: R$ 1.999 (sem Moto Snaps)


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