O escritor sul-africano Karel Schoeman, considerado um dos maiores da África, morreu em Bloemfontein (centro) na madrugada desta terça-feira (2), aos 77 anos, após parar de se alimentar e de ingerir líquidos – informou a imprensa local.

Em uma carta datada de 27 de abril, publicada hoje por seu advogado, Carl van Rensburg, Schoeman explicou que queria “deixar de comer e beber de maneira voluntária e pôr fim” à sua “vida”.

Segundo a carta, Schoeman decidiu há vários anos pôr fim à sua vida “no devido tempo”, para não ver seu envelhecimento, e revela que fracassou em uma tentativa há dois anos.

O escritor conclui o texto com a esperança de que seu gesto contribua para que “a questão da autonomia (das pessoas idosas) seja discutida mais abertamente do que é na atualidade”.

Segundo a imprensa, Schoeman faleceu no lar de idosos, onde vivia.

Africânder, mas favorável ao movimento contra o Apartheid, Karel Schoeman foi autor de cerca de 50 ensaios e romances, reconhecidos com uma série de prêmios.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Nascido em 1939, o escritor recebeu em 1999 a maior distinção sul-africana, a Ordem do Mérito, das mãos de Nelson Mandela.

Schoeman foi três vezes agraciado com o Prêmio Herzog, o de mais alto valor literário da África do Sul.

O ex-arcebispo anglicano da Cidade do Cabo Desmond Tutu, herói da luta contra o Apartheid, posicionou-se recentemente a favor da eutanásia, considerada crime em seu país.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias