O juiz federal Sérgio Moro alertou para a “habilidade” do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em “ocultar e dissimular propinas”. O peemedebista foi preso nesta quarta-feira, 19, em Brasília, na Operação Lava Jato.

No longo despacho de 26 páginas em que fundamenta o decreto de prisão do peemedebista, o juiz da Lava Jato destacou “a habilidade do acusado em ocultar e dissimular propinas, com contas secretas no exterior, parte não totalmente identificada nem sequestrada, permanece incólume”.

Moro destacou que “não foi ainda possível identificar toda a dimensão das atividades delitivas do ex-deputado federal Eduardo Cosentino da Cunha, nem a localização do produto dos crimes em toda a sua extensão”.

Mais
“Dilma participava e sabia de tudo”, diz Cunha em entrevista exclusiva à IstoÉ
Eduardo Cunha responde 3 perguntas à ISTOÉ
House of Cunha

Eduardo Cunha foi preso sob acusação de receber US$ 5 milhões em propina no contrato da Petrobras para exploração do campo de Benin, na África, em 2011.

Segundo o juiz, amparado em informações da Procuradoria da República, “parte do produto do crime teria sido ocultado e dissimulado em contas secretas no exterior”.

Moro advertiu para o risco de fuga do mais novo prisioneiro da Lava Jato. “Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há um risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior.”