O Ministério moldávio das Relações Exteriores determinou, nesta segunda-feira (29), a expulsão de cinco diplomatas russos do país, sem especificar os motivos.

A decisão da diplomacia foi informada esta tarde ao embaixador russo Farit Mukhametchin, disse à AFP Artur Sarbu, um colaborador do Ministério.

Mukhametchin confirmou ter recebido a notificação, mas não fez comentários.

Os diplomatas russos têm agora 72 horas para deixar o país, declarou o presidente moldávio pró-Moscou, Igor Dodon, que condenou a decisão de seu governo.

O presidente classificou o ato de “provocação”, atribuindo-o a partidários da integração dessa ex-república soviética à União Europeia (UE).

“Estou profundamente revoltado com esse ato hostil por parte dos representantes da diplomacia moldávia e eu o condeno nos mais duros termos”, declarou Igor Dodon, em um comunicado.

Segundo ele, essa decisão “foi tomada, provavelmente, sob ordens do Ocidente”. Dodon disse temer “consequências negativas” para as relações com Moscou.

“Haverá, evidentemente, uma resposta. E ela será muito dura”, prometeu o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Grigori Karassin, que considerou o anúncio uma “provocação grosseira”.

A identidade dos diplomatas afetados não foi divulgada, mas a medida surge na esteira das acusações que surgiram em março contra Alexandre Grudin, um conselheiro do adido militar russo na Moldávia. Grudin é acusado de ter obtido informações sensíveis do ex-deputado moldávio Iuri Bolbochan, que foi preso por “traição”.

Na última sexta-feira (26), a Estônia, uma outra ex-república soviética, já havia anunciado a expulsão de dois diplomatas russos. Moscou classificou o episódio como “provocante e arbitrário”.