O governo avaliou como “fracasso” a greve organizada hoje (28) por centrais sindicais contra as reformas da Previdência e trabalhista em todo o país. O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, após conversa com outros colegas no Palácio do Planalto, disse à Agência Brasil que esta foi “uma constatação” feita após se observar que o movimento de rua foi restrito aos grandes centros e que a baixa adesão da população dá força às reformas.

“Eu avalio com otimismo. Nós tínhamos a expectativa de uma manifestação muito expressiva e isso não aconteceu”, disse. Durante a conversa com a reportagem, Serraglio relatou estar no interior do Paraná, onde disse que “está tudo absolutamente normal” – uma demonstração de que o movimento não ganhou adeptos no interior do país.

Ainda de acordo com o ministro, as centrais sindicais utilizaram a estratégia de paralisar os serviços de transportes, o que impossibilitou muitos trabalhadores de comparecerem aos serviços hoje. “Essa foi uma estratégia das centrais, o que demonstra que a greve não foi real. Se fosse uma greve real não haveria necessidade disso porque não haveria demanda pelo transporte, as pessoas estariam paralisadas”, disse.

Força às reformas

Para Serraglio, a baixa adesão da população dá força às reformas e provoca uma pressão no Congresso Nacional no sentido inverso ao pretendido pelos sindicalistas. Na opinião dele, se não houve um grande movimento, um sinal que a população passa é de apoio às reformas do governo. “A população está desejando que se arrume o país”, avaliou.

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Segundo o ministro, a greve não aponta críticas a pontos da reforma da Previdência ou trabalhista e sim contra a realização das reformas como um todo. “Não tem como pensar a solução para o país sem as reformas. As pessoas responsáveis sabem que são necessárias”, disse.

Serraglio disse que está monitorando os atos que ainda ocorrem em todo o país e o Ministério da Justiça está acompanhando em conjunto com secretarias de Segurança Pública para tentar evitar situações de violência no fim dos atos. Para ele, os confrontos entre manifestantes e policiais, a exemplo do que aconteceu no centro do Rio de Janeiro, traduz uma tentativa de “criar um fato”. “São táticas de provocação. Quanto menos têm sucesso, mais provocam para criar um fato. Colocam 20 pessoas em confronto, alguém se vitimiza e vira notícia”.

No Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer conversou com os ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Dyogo Oliveira (Planejamento) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), em reuniões ao longo do dia e fez com eles uma avaliação do alcance das manifestações e da adesão à greve. A constatação, conforme mencionado por Serraglio, é que a mobilização foi menor do que se esperava.

Mensagem no Dia do Trabalho

Temer gravou hoje uma mensagem que será divulgada na segunda-feira (1º), Dia do Trabalho. A mensagem será divulgada apenas pela internet. Nela, o presidente vai defender as reformas trabalhista e previdenciária, que o governo considera fundamentais para a geração de empregos e o crescimento econômico.


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