São Paulo, 15/8 – Os executivos da Minerva projetam uma recuperação das vendas e de preços no mercado interno ao longo deste segundo semestre. “O pior já passou”, disse o diretor financeiro da empresa, Edison Ticle, durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre. Para ele, o atual cenário é mais construtivo, com uma recuperação nos preços da carne bovina e o início da recuperação do poder de compra do consumidor, embora com atraso em relação ao que era esperado.

A leve alta do preço do boi gordo no segundo semestre em relação ao primeiro, não deve comprometer as margens da empresa, afirmou Ticle, já que o aumento da cotação da carne equilibra a relação. Apenas na terça-feira, o indicador Esalq/Cepea do boi gordo avançou 3,19% no valor à vista, para R$ 133,20/arroba. Ticle comentou também sobre o indicador tido como referência para o mercado pecuário. “O indicador Esalq deixou de representar o preço real para os frigoríficos, mas ainda apresenta a tendência”, afirmou.

Os executivos afirmaram também que estão apostando no crescimento da exportação de gado vivo. No segundo trimestre, o segmento apresentou sinais de recuperação e apresentou aumento de 47% de sua receita no comparativo ao segundo trimestre de 2016 e de 104% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Esse desempenho pode ser atribuído à crescente demanda dos países do Oriente Médio.

A Minerva Foods reportou na terça prejuízo líquido de R$ 55,6 milhões no segundo trimestre de 2017, revertendo um lucro líquido de R$ 89 milhões em igual período de 2016, principalmente por causa da variação cambial. Segundo os executivos da empresa, a oscilação do dólar ante o real gerou uma despesa financeira de R$ 140 milhões.

Apesar do resultado negativo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 277,3 milhões entre maio e julho, um aumento de 16,2% ante igual trimestre do ano anterior e recorde para um segundo trimestre do ano. A margem Ebitda passou de 10,7% para 10,8%, na mesma base de comparação.

A receita líquida ficou em R$ 2,579 bilhões no segundo trimestre, com alta de 16,1% em relação a igual período do ano anterior, quando totalizou R$ 2,221 bilhões. Ante o primeiro trimestre de 2017, quando a receita líquida foi de R$ 2,141 bilhões, houve alta de 20,4%. A empresa reafirmou um guidance de receita de R$ 13 bilhões a R$ 14,4 bilhões para os próximos 12 meses, de julho de 2017 a junho de 2018. Já a receita bruta de abril a junho foi de R$ 2,767 bilhões, 17,1% acima do apurado no segundo trimestre de 2016 e também recorde para o período.

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A alavancagem representada pela relação entre dívida líquida/Ebitda da Minerva Foods subiu de 3,8 vezes no primeiro trimestre de 2017 para 4,1 vezes no segundo trimestre.


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