As forças armadas do México iniciaram na quinta-feira uma operação com drones para proteger a vaquita marinha, espécie à beira da extinção, dos pescadores que violam as restrições no seu habitat.

As novas patrulhas aéreas da Secretaria da Marinha Armada do México estão sobrevoando o norte do Golfo da Califórnia, o único lugar do mundo onde nasce, vive e se reproduz a vaquita marinha, o menor cetáceo do mundo, também conhecido como o ‘panda mexicano’ pelo círculo escuro ao redor dos seus olhos.

São três drones no total, que estão equipados com câmeras de alta resolução.

“Este sistema de vigilância tem a finalidade de contribuir com a recuperação da população da vaquita e efetuar atividades contra a pesca clandestina do peixe totoaba, assim como apoiar o desenvolvimento e bem-estar das comunidades costeiras do Alto Golfo da Califórnia”, disse na quinta-feira em um comunicado a Secretaria de Meio Ambiente.

O sistema de vigilância denominado “Arcturus T-20” vai “permitir estar dia e noite garantindo que o novo polígono que foi determinado para cuidar da vaquita não seja afetado por atividades ilegais”, concluiu o comunicado.

Restam apenas 60 exemplares deste boto na zona, de acordo com um estudo feito de outubro a dezembro de 2015 pelo Comitê Internacional para a Recuperação da Vaquita Marinha.

Sua população reduziu drasticamente nos últimos anos – em 1997, havia mais de 500, segundo organizações ambientais -, devido ao uso de redes de emalhar para pescar camarões, tubarões e, principalmente, totoabas.

Este peixe, também em perigo de extinção, é alvo da pesca noturna ilegal. A bexiga natatória seca da totoaba tem grande demanda no mercado negro da China e é contrabandeada através dos Estados Unidos.

A partir de setembro, o governo mexicano vai proibir de forma permanente o uso de redes de emalhar para pescar camarões. Outros dois tipos de redes para pescar tubarões e corvina estão proibidos até 2017.

A organização ecologista internacional Sea Shepherd considera que a única forma de salvar a vaquita marinha é proibindo todo tipo de pesca no polígono de proteção do seu habitat de 11.000 quilômetros quadrados, visto que até agora a vigilância para interceptar pescadores ilegais não foi eficaz.