Os computadores terminaram mais um ano em baixa entre os brasileiros. De acordo com dados da consultoria IDC Brasil, obtidos com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, os fabricantes de PCs venderam 4,5 milhões de unidades desses produtos no ano passado, o que representa uma queda de 31,7% em relação ao total registrado em 2015. Trata-se do menor volume da indústria em 13 anos.

“É uma queda expressiva, de dois dígitos, em um mercado que já vinha apresentando sucessivas baixas”, diz o analista da IDC Brasil, Pedro Hagge. “Ainda assim, era um resultado esperado.”

O recuo segue em linha com o resultado global do mercado de PCs em 2016. Segundo a IDC informou em janeiro, as vendas mundiais de computadores fecharam o ano em 260 milhões de unidades, 5,7% a menos do que em 2015.

Tombo. Dois fatores explicam o novo tombo do mercado de computadores no ano passado. O primeiro e mais importante deles é o maior interesse dos consumidores por smartphones, que se tornaram o principal meio de acesso à internet nos últimos anos. Com isso, os brasileiros priorizaram a troca de celular em detrimento da renovação do computador.

“A crise econômica no Brasil nos últimos dois anos acabou contribuindo para acelerar o processo”, afirma Hagge. A retração da economia diminuiu o poder de compra do brasileiro, ao mesmo tempo em que a alta do dólar fez os componentes usados nas máquinas ficarem mais caros. Por causa disso, o preço médio dos computadores subiu de R$ 2.326, em 2015, para R$ 2.413, em 2016.

Os notebooks, que representam mais de 60% do mercado, tiveram queda de 30% nas vendas em relação a 2015. Já os computadores de mesa – cada vez menos procurados pelos consumidores – registraram forte queda, de 36%. Na média, o mercado de PCs caiu 31,7%.

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As vendas para consumidores domésticos representaram 77% do total dos computadores vendidos no País em 2016.

Perspectiva. A sangria do mercado de PCs, porém, está perto do fim, segundo a consultoria. Em 2017, a estimativa é de que as vendas de computadores fiquem estáveis no mundo e também no Brasil. Segundo Hagge, é possível que no Brasil esse segmento apresente até mesmo uma leve recuperação, impulsionada pela substituição de computadores nas empresas.

“Ainda assim, não vamos voltar ao número de computadores comercializados no Brasil há alguns anos, mesmo que a economia melhore bastante no segundo semestre de 2017”, frisa Hagge. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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