O rei do Marrocos, Mohammed VI, anunciou neste domingo que “chegou o momento” de seu país se reintegrar à União Africana, 32 anos depois de ter se retirado em protesto à admissão da República Árabe Saharauí Democrática, proclamada pela Frente Polisário.
“Faz tempo que nossos amigos nos pedem para voltar, para que o Marrocos retome seu lugar natural no seio desta família institucional. Este momento chegou”, disse o rei, em mensagem enviada a Kigali, onde se celebra a cúpula da União Africana.
O Saara Ocidental é uma antiga colônia espanhola, anexada em 1975 pelo Marrocos, mas reivindicada por separatistas da Frente Polisário.
Depois de anos de combates, uma trégua está em vigor desde 1991. Em 1992, estava previsto um referendo pela ONU, mas a realização foi adiada desde então.
O Marrocos “esta confiante na sabedoria da UA em restabelecer a legalidade e corrigir os erros”.
“Mediante este ato histórico e responsável de retorno, o Marrocos espera trabalhar no âmbito da UA com vistas a superar as divisões”, destacou a mensagem do monarca marroquino.
É o “momento de apartar as manipulações, o financiamento de separatismos (…) Sobre a questão do Saara, a África Institucional não pode suportar mais tempo a carga de um erro histórico e um legado obstaculizador”, insistiu o monarca marroquino.
O retorno do Marrocos deve ser validado por uma votação no âmbito da União Africana.