A líder do partido Frente Nacional, Marine Le Pen, candidata de extrema-direita à eleição presidencial francesa de 2017, defendeu nesta quinta-feira (8), em Paris, o fim da gratuidade no ensino público para alunos estrangeiros em situação irregular no país. “Acabou a brincadeira”, declarou. As informações são da Rádio França Internacional.

“A solidariedade nacional deve existir para os franceses. Não tenho nada contra estrangeiros, mas digo a eles: se vierem a nosso país, não esperem que sejam cuidados, que seus filhos sejam educados gratuitamente. Acabou o recreio”, declarou a candidata populista durante um encontro no Instituto de Pesquisa BVA.

Marine disse que é preciso acabar com a gratuidade na escola para “os filhos de clandestinos”. Alegando que o país não tem mais meios para financiar a escolaridade gratuita para todos, ela defendeu que a rede pública de ensino seja reservada “aos mais pobres, mais modestos e humildes”.

Para os alunos estrangeiros de famílias com residência legal no país, ela faz uma distinção. Os pais que pagam impostos, mesmo sendo estrangeiros, continuariam a ter acesso à escola pública gratuita. Aqueles que forem estrangeiros e não alimentarem o caixa do Estado terão de pagar uma “contribuição” para o filho frequentar a rede pública.

“Imigrantes não trabalham”

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Questionada sobre outros temas sociais, como aposentadoria e imigração, Marine afirmou que “a população imigrante não trabalha”. “Sem falar nos programas sociais que permitem que uma pessoa receba um auxílio velhice com o único critério de ter 65 anos, sem nunca ter trabalhado no país. Esses chegam a receber €750 por mês, €1.500 no caso de um casal, enquanto agricultores vivem com €300 ou €400 de aposentadoria”, acrescentou com exagero.

A fala da candidata omite detalhes da legislação em vigor. Segundo o programa de solidariedade para idosos, um auxílio mensal é previsto aos estrangeiros regulares, que tenham um título de residência de no mínimo 10 anos e autorização de trabalho. A lei exclui dessa obrigação apátridas, refugiados, pessoas que tenham combatido em guerras ao lado do Exército francês e membros da União Europeia e Suíça.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias