O atleta Márcio Cipriano é o entrevistado de Roseann Kennedy - Divulgação/Agência Brasil

O atleta Márcio Cipriano é o entrevistado de Roseann Kennedy – Divulgação/Agência BrasilDivulgação Agência Brasil

O campeão brasileiro de basquete Márcio Cipriano é o entrevistado de hoje (26) do programa Conversa com Roseann Kennedy, da TV Brasil, que vai ao ar às 21h30.

Cinco vezes campeão brasileiro, bicampeão paulista e com passagem pela Seleção Brasileira de Basquete, Márcio Cipriano tem uma carreira vencedora. Depois de 23 anos dedicados ao esporte e de seguir pelo caminho do rap, agora ele atua como coach, com foco no indivíduo negro, para ajudar as pessoas a superar preconceitos em busca do sucesso.

Apostando no conhecimento e na ideia de que o sucesso “não é um acidente”, Cipriano justifica a criação do projeto BlackCoachBrasil: “O negro tem por sua história saber sobreviver. Ele sabe se virar dentro das condições que tem e historicamente vem provando isso muitas vezes” .

Para o atleta, a questão racial e o preconceito ainda são dois grandes problemas a serem enfrentados no país, e o esporte, muitas vezes, pode mascarar esse tipo de discriminação. “No esporte não há muito essa questão da cor como há na sociedade. O esporte é meio daltônico. Se você tem um talento muito forte, as pessoas vão te aceitar como você é e pronto. As pessoas te enxergam primeiramente como atleta. Depois enxergam se você é negro ou se você é branco.”

Quando era jovem, a caminho do treino, Cipriano sentiu na pele o preconceito por causa da cor. Chegou a ser confundido com um assaltante quando corria com um amigo para pegar um ônibus no centro de São Paulo. Ele relembra o episódio em que foi parado por um policial : “Perdemos o ônibus porque ele achou que a gente tinha assaltado alguém. Mesmo que ninguém tenha gritado ‘pega ladrão’, eles deduziram que dois moleques pretos correndo no centro estavam fazendo alguma coisa errada”.

Para Cipriano é preciso apostar nas novas gerações. Ele lamenta que assim como a educação e a saúde, o esporte não seja prioridade no país. Segundo ele, falta um direcionamento aos mais jovens. “Um livro salva, o esporte salva, a educação de forma geral salva vidas. A música, a arte em si salva vidas”. E completa: “Tem que ter um foco na construção. Às vezes, você não tem uma meta muito clara, mas você não quer viver o que você tá vivendo, estabeleça uma meta para poder sair dali, para ter uma vida melhor. Se a criança cedo entender isso, a vida fica mais leve”.