Movimentos sociais, sindicatos e estudantes protestaram hoje (25) em Fortaleza contra a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos por 20 anos. O ato, organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, começou na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica, e os participantes saíram em passeata em direção à Praça do Ferreira, no centro da cidade.

“Em um Congresso em que foram eleitos cerca de 260 empresários, certamente, a classe trabalhadora não tem muito o que esperar. É uma conjuntura difícil, mas não tem nada derrotado. O caminho é ir às ruas para defender o projeto da classe trabalhadora. Derrotar a PEC da Maldade é questão de honra”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT Ceará), Will Pereira.

A PEC 241 foi aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados esta noite, por 359 votos a favor, 116 contrários e duas abstenções. O texto também precisa ser votado em dois turnos no Senado.

Em Fortaleza, faixas e cartazes expressavam palavras de ordem contra a medida. O estudante de letras da Universidade Federal do Ceará (UFC), Josieldo Santos, 21 anos, diz se preocupar com um possível corte de bolsas estudantis com a aprovação de um teto para os gastos públicos. Ele é bolsista de iniciação acadêmica da universidade e diz que o valor que recebe o ajuda a permanecer no curso.

Greves

O impacto das medidas da PEC 241 na educação e nos demais serviços públicos motivou universidades de todo país a declarar greve. No Ceará, os técnico-administrativos em educação da UFC e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) paralisam os trabalhos a partir da próxima segunda-feira (31). Nesta quinta-feira (27), segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Ceará (Sintufce), servidores da Universidade Federal do Cariri (UFCA) farão assembleia para decidir se também decretam greve.

“A PEC 241 não só vai ser o desmonte do serviço público como vai vir para tirar direitos dos trabalhadores. O governo tem que ir atrás dos sonegadores de impostos, das grandes fortunas. Tem várias formas de o governo federal reduzir gastos e que não passam por quebrar direitos”, disse a coordenadora geral do sindicato, Keila Camelo.