Brasília - Manifestantes tentam invadir a Câmara em protesto contra reforma da Previdência (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Manifestantes tentam invadir a Câmara em protesto contra reforma da Previdência Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), criticaram hoje (18) a manifestação de um grupo de policiais contrários à reforma da Previdência que terminou em tumulto e tentativa de invasão do prédio do Congresso Nacional.

Eunício disse que “essa não é a democracia que nós queremos” e criticou a ausência da Polícia Militar na hora da tentativa de invasão para garantir a segurança do prédio. No tumulto, algumas vidraças do Congresso foram quebradas.

Os manifestantes, em sua maioria policiais civis, chegaram a passar pela Chapelaria, entrada principal do Congresso, que dá acesso aos salões da Câmara e do Senado. O grupo foi contido pela Polícia Legislativa, que formou uma barreira de segurança e atirou bombas de gás lacrimogêneo.

“Lamento que esse tumulto tenha ocorrido. Lamento que a Polícia Militar não estivesse aqui para evitar qualquer tipo de confronto. Foi a Polícia do Senado e da Câmara que teve que fazer,
lamentavelmente, algum tipo de reação, quando poderia ter sido evitado inclusive esse confronto nesta Casa, que é a Casa da democracia”, disse Eunício Oliveira.

Por causa da confusão, a sessão deliberativa do dia no Senado começou com 15 minutos de atraso.

O presidente da Câmara também criticou a atitude dos policiais, que, segundo ele, “não é correta e não colabora”. Segundo Maia, entrar à força no Congresso é uma “tentativa de criar um ambiente de medo entre os deputados”.

“Vamos continuar dialogando com os deputados e com quem quiser dialogar. Esta é a Casa do Povo. A reforma [da Previdência] é para garantir um sistema saudável, para que não se repita o que está ocorrendo no Rio de Janeiro”, disse Maia em referência à situação crítica da economia fluminense, em que servidores públicos e pensionistas do estado estão com vencimentos atrasados ou suspensos. Para o deputado, esse tipo de protesto prejudica a imagem dos policiais.

Policiais

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que acompanhava a manifestação à distância porque o protesto era pacífico. No entanto, em determinado momento, um grupo de 500 a 700 manifestantes começou o tumulto e não houve tempo para que os policiais militares formassem o cordão de isolamento que costumeiramente é feito em dias de manifestações.

A assessoria da PMDF informou também que outra manifestação grande ocorria simultaneamente em outro ponto de Brasília, o que fez com que o efetivo para este caso estivesse reduzido.

A diretora do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará, Telma Pacheco, que conseguiu entrar no Congresso no meio do tumulto, disse que o grupo queria protocolar um pedido para que as mudanças previdenciárias não atinjam policiais – que querem ser tratados conjuntamente com militares em outra proposta de emenda à Constituição (PEC), que será discutida posteriormente.

“A confusão foi porque eles não quiseram deixar a gente entrar para protocolar, queríamos entrar todos porque estamos muito revoltados com essa PEC.”