Apesar de a seletiva para o Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste ter encerrado neste sábado, com o término do Troféu Maria Lenk, no Rio, a lista de nadadores brasileiros que vão para a Hungria no mês de julho só será conhecida oficialmente depois da próxima quinta-feira. Isso porque, além da questão técnica, a seleção brasileira que será enviada para a principal competição do ano também será definida pelo bolso.

Nesta quinta-feira, uma reunião entre a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e os Correios terá peso importante na definição. Por ora, o Brasil deverá ter oito nadadores na Hungria, classificados de acordo com as marcas alcançadas no Torneio Open – disputado em novembro do ano passado – e no Troféu Maria Lenk. A CBDA, contudo, espera conseguir ampliar esse número com a garantia de aporte financeiro.

Principal patrocinador da entidade, em parceria que vigora desde o início dos anos 1990, os Correios haviam anunciado o rompimento do acordo no início de abril. A decisão veio na esteira da Operação Águas Claras, deflagrada pela Polícia Federal e que prendeu dirigentes da CBDA acusados de desvios que podem ultrapassar a cifra de R$ 40 milhões.

Ocorre que o contrato da estatal é responsável por quase metade do orçamento da confederação e após a operação da PF os Correios garantiram os repasses somente até o fim deste mês. Tanto que, sem a certeza da existência de recursos em julho, coube ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) garantir a presença de uma equipe mínima de nadadores brasileiros no Mundial de Budapeste.

Agora, a CBDA tentará prorrogar o patrocínio e assegurar recursos para enviar mais nadadores para a competição. O Brasil estará representado na Hungria com uma equipe bem inferior àquela reunida para o Mundial de Kazan, na Rússia, em 2015. Na ocasião, a seleção foi formada por 35 atletas.

RANKING – A necessidade de montar uma delegação mais enxuta obrigou a CBDA a modificar os critérios para definir a lista do Mundial. Antes, com a garantia de recursos, bastava aos atletas nadarem abaixo de índices estabelecidos pela confederação para estarem garantidos na competição. Não é mais assim.

Agora, os resultados nas piscinas são utilizados para a elaboração de um ranking. A pontuação é baseada em critérios utilizados pela Federação Internacional de Natação (Fina), mas é questionada por atletas porque compara desempenhos alcançados em provas diferentes. “Eu não concordo com essa tabela. Minha opinião desde o começo era a de pegar o ranking de 2015 e quem se ranquear melhor ir. Tem de ir (ao Mundial) quem vai conquistar medalha. Essa tabela tem alguns furos em relação ao ano que passou”, avaliou o campeão olímpico Cesar Cielo.