Na Olimpíada que terminou neste domingo, com saldo amplamente positivo para os esportes e para o Rio de Janeiro, a quantidade de imprevistos frustrou muitas previsões.

Apontando para questões ambientais, de mobilidade urbana e de violência, os videntes mais cruéis, especialmente estrangeiros, deram declarações à imprensa condenando os Jogos de 2016 ao fracasso.

O saldo das três semanas de competição calou essa turma – da qual se espera a devida retratação.

Aliás, o mesmo deveriam fazer outros autores de frases desastradas. É o caso do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Na quarta-feira 17, ele afirmou que a Lei da Ficha Limpa “parece ter sido feita por bêbados”.

Claro que muita gente imagina, com razão, que a certas autoridades cabe conduta mais comedida. Mas, considerando o comportamento de alguns juízes de nosso Supremo frente aos holofotes é realista concluir que essa vaca já foi para o brejo.

Mendes poderia enxergar a Ficha Limpa por lente oposta, destacando mais suas qualidades do que eventuais imperfeições. Seria um ato de coerência do magistrado. Não só porque aquele texto legal nasceu de amplo movimento popular contra políticos que delinquem com dinheiro público, mas porque decisões do TSE, que o próprio Gilmar preside e onde bêbados não julgam, já deram integral respaldo à mesma Lei.

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Presídios
No pódio

Antes das Olimpíadas de 2020, o Brasil vai bater a Rússia e ficar com a medalha de bronze, entre países com maior número de presos no mundo.  Segundo o último Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, o País tem 622.202 detentos. Na terra de Wladimir Putin são 644.237 (2015). Nas primeiras posições estão EUA (2,2 milhões) e China (1,6 milhão). Detalhe: nos três países o volume de presos vem caindo. Aqui, cresce e custa caro – cerca de R$ 1 bilhão por mês.

Polícia Federal
Só no chão

so-no-chaoUm grupo de delegados da PF participou de reunião do Conselho Superior da Fiesp. Entre as críticas feitas ao Ministério da Justiça, acusaram José Eduardo Cardozo de ter paralisado o projeto VANT do órgão. Garantiram que os dois drones comprados em Israel, no Governo Dilma, praticamente ficaram no chão. A PF espera que Alexandre Moraes (foto) toque o projeto. Ainda mais agora, que afirma que “investimentos em equipamentos bélicos e de vigilância são prioridades do Ministério da Justiça.”

Fazenda
Urnas no horizonte

urnasO Palácio do Planalto quer abafar o tititi de que há rusgas na relação Michel Temer/Henrique Meirelles (foto). A par disso, ninguém na Presidência da República duvida de que o czar da economia, com o seu protagonismo, ensaia disputar um cargo público em 2018 – mesmo com cintura dura na política. Um ministro de Temer lembra quando Meirelles saiu do BankBoston: buscou o governador Marconi Perillo (PSDB) para se eleger,pela primeira vez, deputado federal por Goiás, em 2002. Nem assumiu. Preferiu ser presidente do BC. Mas segundo esse ministro, Meirelles, desde então, mantém um pé cá, outro lá – na política.

Churrasquinho
Picanha estatal

Em duas tentativas na semana passada, a Coluna tentou obter explicações sobre uma estranha licitação aberta pela Caixa Econômica Federal. O banco público vai gastar dinheiro na compra de 17.400 kits para churrasco. Não bastasse a exótica encomenda, causa ainda mais surpresa a sua finalidade. Segundo o edital, os brindes serão destinados a membros do “nicho do Judiciário”.

Ministérios
Trocas

A agenda “ousada e corajosa” que Michel Temer disse que irá cumprir após efetivado no cargo passa pela substituição de alguns ministros. O do Planejamento, Dyogo de Oliveira, é tido como carta fora do baralho. Prevalece entre assessores do presidente a convicção de que ele é ligado ao PT. Por isso, a Pasta é apontada como foco de vazamentos de dados estratégicos do governo. Oliveira assumiu apoiado por Romero Jucá, primeiro escolhido de Temer. Os dias de Fábio Osório na chefia da AGU também parecem contados. No Planalto critica-se a “excessiva autonomia do advogado”.

Rio 2016
Ouro, prata e ferro


O ditador Kim Jong-um, líder da dinastia comunista da Coréia do Norte – e que pune duramente os “desobedientes” – fixou como meta nos Jogos do Rio a conquista de cinco ouros. Para garantir o resultado enviou ao Brasil o terceiro homem na hierarquia do governo, Ryong Rae Choi. As repreensões do cartolão não surtiram efeito e os pódios dourados da equipe foram apenas dois. O bicho vai pegar em Pyongyang.

Judiciário
Destino da toga

destino-togaAs reformas que começaram no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski sugerem que ele permanecerá no STF, depois de passar a presidência para a colega Carmen Lúcia, em 12 de setembro. A futura presidente do Supremo ainda não escolheu quem irá saudá-la: as apostas recaem sobre a ministra Rosa Weber (por questão de gênero) e Celso de Mello (decano do STF).

Fruta
Doce e gostosa

O sabor especial da BRS Vitória, uva preta sem sementes desenvolvida pelos pesquisadores da Embrapa, conquistou os ingleses e abriu uma janela que estava fechada para o Brasil: exportar o produto de abril a dezembro, período em que o mercado europeu é abastecido pela fruta colhida na Itália, Espanha e Grécia. Os embarques para Londres são feitos pela Labrunier, a maior produtora de uva de mesa do Brasil. A BRS Vitoria é tolerante ao míldio, principal fungo que ataca as videiras no País, e pode ser produzida com uma redução de 20% na aplicação de outros produtos químicos.

Olimpíadas
Fora das quadras

fora-das-quadrasO Bradesco patrocina os Jogos no Rio e algumas modalidades. O vôlei não é uma delas, mas José Luiz Trabuco, presidente do banco, visitou a Casa do Vôlei, e revelou ao anfitrião Ary Graça ser um grande conhecedor e fã do esporte.


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