O Banco Central Europeu (BCE) deve continuar a ser aberto a novas reduções de taxas de juros, mesmo que tais movimentos sejam improváveis dadas as condições econômicas, disse Philip Lane, integrante do conselho diretor do BCE, em entrevista ao Wall Street Journal.

O comentário sugere um racha no conselho, após um colega do BCE ter sinalizado que a instituição deveria mudar sua postura transparente em relação a futuros cortes de juros.

Para Lane, que também é presidente do banco central da Irlanda, a atitude do BCE de indicar que pode ampliar compras de bônus e cortar juros, se necessário, mostra que a instituição “é flexível e sensível a possíveis desdobramentos negativos do mercado.”

“Eu acho…que é um importante sinal a ser enviado”, disse Lane.

Nos últimos anos, o BCE vem declarando que irá manter as taxas de juros nos níveis atuais ou menores “por um período prolongado”. Na semana passada, porém, Yves Mersch, que também faz parte do conselho diretor, desafiou essa postura, questionando por quanto tempo mais será possível continuar falando sobre “taxas ainda menores”.

Segundo Lane, essa questão sobre a comunicação não é tão relevante, uma vez que os últimos indicadores sugerem que é improvável que o BCE tenha de reduzir ainda mais sua taxa de depósitos.

O BCE mantém uma taxa de depósitos negativa desde junho de 2014. O setor bancário se queixa da taxa porque não pode repassá-las aos clientes, o que acaba prejudicando sua rentabilidade. Fonte: Dow Jones Newswires.