O ex-secretário de Estado americano John Kerry reuniu no ano passado em segredo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o rei Abdullah II da Jordânia e o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, para discutir a paz no Oriente Médio, informou neste domingo um jornal israelense.

Este encontro foi realizado em fevereiro de 2016 na cidade jordaniana de Áqaba, afirma o jornal Haaretz, citando “ex-responsáveis da administração Obama sob anonimato”.

Segundo estas fontes, Kerry pediu aos três líderes que aceitassem seis princípios, que revelou posteriormente durante um discurso em dezembro. Egito e Jordânia são os únicos países árabes que assinaram a paz com Israel.

Entre estes princípios estão a retirada israelense dos territórios palestinos ocupados desde 1967 – com a possibilidade de uma troca de terras aceita por ambos os lados -, a criação de um Estado palestino junto a Israel – que os palestinos reconheçam como “Estado judeu” – e a declaração de Jerusalém como capital de dois Estados.

Um ex-funcionário da administração Obama, que pediu anonimato, confirmou à AFP que a reunião ocorreu, mas não quis fazer comentários sobre a proposta de Kerry.

Tanto o porta-voz de Netanyahu como funcionários jordanianos se recusaram a fazer declarações a respeito.

Não obstante, Israel e os palestinos rechaçaram os dois últimos pontos da proposta.

Os palestinos se negam a reconhecer Israel como “Estado judeu” e não querem renunciar à anexação de Jerusalém Oriental.