A atriz mexicana Kate del Castillo volta às telas no papel de uma mulher procurada pela Justiça na série “Ingobernable”, situação que ela comparou aos problemas vividos em sua vida pessoal, devido à sua ligação com o narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán.

Na série produzida pela Netflix, que estreia nesta sexta-feira em todo o mundo, Del Castillo dá vida a Emilia Urquiza, uma primeira-dama fictícia do México que foge após ser acusada da morte de seu marido, o presidente Diego Nava.

A atriz, que em 2016 chamou a atenção internacional por mediar uma reunião entre o cineasta e ator americano Sean Penn e “El Chapo” Guzmán, disse ter sofrido perseguição pessoal, mesmo sendo muito diferente de sua personagem.

“Não fui perseguida fisicamente como Emilia Urquiza é. Ela sim é perseguida porque vão matá-la. Eu fui perseguida pela mídia”, afirmou a intérprete de sua casa nos Estados Unidos, entrevistada por videoconferência para imprensa na apresentação de “Ingobernable” na capital mexicana.

Del Castillo, de 44 anos, procurada pelas autoridades em 2016 por sua relação com “El Chapo”, não viajou para seu país a conselho de seus advogados, já que a investigação ainda não está encerrada.

Durante a videoconferência, disse: Emilia e eu “temos em comum querer demonstrar nossa inocência”.

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A atriz – que no início dos anos 2010 protagonizou a novela “La Reina del Sur”, baseada no livro homônimo do escritor espanhol Arturo Pérez Reverte -, disse que essa similaridade permitiu que interpretasse Urquiza com mais facilidade.

“Também andei de mãos dadas com Emilia, vivendo as mesmas situações, não ao extremo como ela, mas é interessante como não me deu tanto trabalho chegar a essas emoções porque agora sim posso dizer que as vivo”, disse.

A diferença, diz, é que “ela está fugindo, está se escondendo, eu nunca fugi e nunca me escondi. Eu estava na minha casa e todo mundo sabe onde moro”.

A atriz foi escolhida para interpretar a personagem antes do escândalo da ligação com Guzmán, que está preso nos Estados Unidos.

Ela explicou que a série teve que ser rodada nos Estados Unidos e no México ao mesmo tempo, utilizando uma dublê para suas cenas na capital mexicana.

“Escolhemos Kate muito antes do que aconteceu e consideramos que estava em seu pleno direito de tentar contar uma história”, disse Epigmenio Ibarra, um dos produtores da série.

A atriz teria dito em entrevista para a TV na segunda-feira que não abandonou a ideia de fazer um filme sobre a vida de “El Chapo”, chefe até pouco tempo do perigoso cartel de Sinaloa, que em julho de 2015 fugiu de forma espetacular de uma prisão de segurança máxima no México e voltou a ser capturado em 2016 e posteriormente extraditado para os Estados Unidos.

Segundo as autoridades mexicanas, o interesse de Joaquín Guzmán em levar sua biografia ao cinema foi um dos fatores que levaram à sua captura em janeiro de 2016, poucos dias antes de Penn publicar a “entrevista secreta com o homem mais procurado do mundo” na revista Rolling Stone.


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