Os juros futuros fecharam em queda nesta quarta-feira, 5, nos contratos de curto e médio prazos e perto da estabilidade na ponta longa. Segundo profissionais da área de renda fixa, o ambiente é favorável para apostar no recuo das taxas, diante das expectativas de deflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho e de que a crise política deve afetar a economia via piora da confiança dos agentes e redução dos investimentos. Isso sem prejudicar o câmbio, que segue comportado, e hoje a nova queda do dólar ante o real também contribuiu para o declínio das taxas futuras. Destaque da agenda, a ata da reunião do Federal Reserve não chegou a influenciar os negócios na renda fixa. Na ponta longa, os contratos mostraram pouca oscilação de taxas e ficaram perto dos ajustes, mas exibiam viés de queda no fechamento da sessão regular.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (364.650 contratos) caiu de 8,835% para 8,810% e a do DI para janeiro de 2019 (171.925 contratos) recuou de 8,80% para 8,76%. A taxa do DI para janeiro de 2021 (139.710 contratos) fechou em 9,98%, de 10,00%. Às 16h27, o dólar à vista recuava 0,34%, aos R$ 3,2973.

A quarta-feira não trouxe agenda local relevante de indicadores capaz de influenciar as taxas, que seguiram refletindo o aumento de apostas na manutenção do ritmo de corte da Selic em 1 ponto porcentual no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de julho. “É uma tendência que vem desde a revisão da meta de inflação e com a pesquisa Focus mostrando expectativas de longo prazo ancoradas na nova meta. Isso é que vem ditando o rumo do pré”, disse o trader de renda fixa da Quantitas Asset Matheus Gallina.

Outro fator que estimula a queda das taxas é a percepção sobre o IPCA que sai na sexta-feira, referente a junho e que deve vir no negativo. “Semana de IPCA é semana de fazer apostas nos contratos curtos”, afirma um gestor.

Ainda, foi bem recebida pelo mercado a aprovação do pedido de urgência na tramitação da reforma trabalhista, sobretudo por um placar considerado muito bom, de 46 a 19, e que serve como termômetro de quantos votos o Planalto tem para garantir a aprovação da matéria na semana que vem, que precisa do apoio de pelo menos 41 parlamentares.

No exterior, a ata Federal Reserve não promoveu mudanças significativas nas apostas dos investidores para a trajetória de juros no país neste ano. As chances estimadas de elevação de juros nas reuniões de julho e setembro permaneceram inalteradas em 3,1% e 18,9%, respectivamente, de acordo com o CME Group.