“Somos jornalistas, não somos terroristas!” – gritaram centenas de profissionais da imprensa que protestaram em Caracas nesta terça-feira, Dia do Jornalista na Venezuela, para rejeitar as agressões sofridas nas manifestações.

“Já estamos passando das 400 agressões, coisa que é imperdoável em um país que se diz democrático”, declarou à AFP o presidente do Colégio Nacional de Jornalistas (CNP), Tinedo Guía, durante a passeata em direção à sede da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) em Las Mercedes, no leste da capital.

Guía liderou uma breve homenagem a Miguel Castillo, manifestante de 27 anos formado em jornalismo que morreu baleado em 10 de maio, quando protestava contra o governo. Três meses de mobilizações contra Maduro já deixaram 76 mortos.

O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) denuncia que 376 jornalistas foram agredidos durante as manifestações, a maioria por militares e policiais.

Ao chegar à Conatel, representantes de sindicatos entregaram um documento no qual exigem das autoridades respeito à liberdade de expressão. Manifestantes opositores se uniram à passeata, alguns com as bocas tapadas e as mãos amarradas.

O CNP e o SNTP denunciam “um regime de censura e autocensura” na Venezuela.