O filme Jonas, da diretora Lô Politi, com Jesuíta Barbosa e Criolo no elenco, foi exibido na Mostra Paralela da 20.ª edição do Brazilian Film Festival of Miami. E, assim como Tizuka Yamasaki, Lô aguarda ansiosa ver seu novo longa entrar em circuito comercial – a próxima previsão é para novembro.

Enquanto isso, Jonas participa de festivais no Brasil e no exterior. Conta a história de um rapaz pobre que, durante o carnaval, sequestra a filha da patroa da mãe, por quem ele é apaixonado, e a mantém refém dentro de um carro alegórico.

A diretora conversou com o jornal O Estado de S. Paulo.

Qual a importância para Jonas passar pelo circuito de festivais?

O filme está demorando um pouco para ser lançado. Os produtores estão vendo a melhor maneira de fazer isso. E foi ótimo, porque, nesse tempo, ele foi para muitos festivais. Gosto muito de mostrar o filme em lugares que não são o meu lugar de conforto, que é São Paulo. Festival tem uma coisa bacana de debate, cada plateia vê o filme de uma maneira diferente.

Qual foi o ponto de partida do filme?

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Tem esse cenário que é o carnaval de São Paulo, que é meio lado B, não tem essa coisa absolutamente exuberante do Rio. E o sambódromo de São Paulo fica no meio da Marginal Tietê, que é o lugar mais cinza da cidade. Ao lado do sambódromo, tem um estacionamento de carros alegóricos e, durante o carnaval, os carros ficam guardados ali. Toda vez que eu via ali, pensava: ‘que lugar maravilhoso, alguém tem de filmar aqui’. Um dia, eu disse: ‘vou filmar aqui’.

E por que o lançamento do filme está sendo adiado?

O autor do filme não tem controle sobre isso. E, às vezes, demora. Acho que é a dificuldade de todo mundo no Brasil, que é achar a melhor maneira de comercializar seu filme, com o distribuidor certo, que lance do jeito certo. É uma loucura, porque os projetos têm um tempo de maturação, de realização, e tem que ter um tempo, na sequência, de mostrar.

E você fez um documentário ao lado de Anna Muylaert e Cesar Charlone.

A gente acabou de filmar ele, pega o período de afastamento de Dilma Rousseff, período do julgamento praticamente. É um período bem específico, porque foi quando o Brasil estava com dois presidentes. Não sei falar muito dele ainda, porque a gente filmou, filmou, filmou, e agora vai entender qual é a história que queremos contar. Fizemos do ponto de vista dela: não da pessoa, mas da presidente afastada.

Como foi o trabalho em trio?

Foi natural. A gente começou com a ideia de que eu ia dirigir, a Anna ia fazer o roteiro e o Cesar, a direção de fotografia. O fato é que somos três realizadores e cada um dando o que pode como realizador. Acaba sendo um filme a seis mãos.

E que olhar vocês vão ter no documentário?

O que a gente queria fazer era uma observação do que está acontecendo. A conclusão sobre isso não é a gente quem vai colocar. Temos um material rico e temos de trabalhar nele com calma para poder extrair dele o que tem de melhor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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