Jo Cox, a deputada trabalhista britânica assassinada nesta quinta-feira, era descrita como brilhante e compassiva, e vinha do mundo do ativismo.

Mãe de dois filhos pequenos, de 3 e 5 anos, e casada com Darren Cox, a vida desta jovem política de 41 anos transcorria entre a barcaça atracada no rio Tâmisa, na qual vivia em Londres, e sua casa no distrito do norte da Inglaterra, em Batley and Spen.

“Jo acreditava em um mundo melhor e lutou por isso a cada dia de sua vida com uma energia e zelo que teria esgotado a maioria das pessoas”, explicou seu marido, Darren Cox, em um comunicado.

“Ela não teria lamentado qualquer coisa na vida, viveu ao máximo todos os dias”, acrescentou.

O primeiro-ministro David Cameron disse que Cox era uma “grande estrela”. “Tinha um grande coração, era muito compassiva”, lamentou.

“Era o tipo de deputada que te causava imediatamente uma profunda impressão: amável, comprometida, compassiva e inserida na política por todas as boas razões”, explicou Chris Ship, correspondente político da televisão ITV, no site da emissora.

A ministra do Interior, Theresa May, a descreveu como uma das deputadas “mais brilhantes”.

Em um recente artigo, no qual pediu um tratamento digno aos refugiados sírios, e assinado juntamente com o conservador Andrew Mitchell, ela escreveu que “não há nada digno em deixar de lado quando civis estão sendo assassinados e dizimados. Não havia desculpa na Bósnia, nem em Ruanda, e não há agora”.

Em sua biografia, o Parlamento citava seus principais interesses: “política externa, desenvolvimento internacional, educação nos primeiros anos e isolamento social”.

Bruxelas, Fundação Gates, campanha de Obama…

Cox era copresidente do grupo parlamentar Amigos da Síria, e era membro ativa de outros grupos de deputados que trabalhavam em assuntos relacionados com Palestina, Paquistão ou Caxemira.

“Em seu tempo livre, gostava de subir as montanhas da Escócia, correndo ou andando de bicicleta”, acrescenta sua biografia.

Cox nasceu em 22 de junho de 1974 em Dewsbury, no norte da Inglaterra. Frequentou as escolas da área antes de estudar no colégio de Heckmondwike e depois na Universidade de Cambridge, tornando-se a primeira pessoa de sua família a conquistar um diploma universitário.

Após a universidade, começou a trabalhar no Parlamento, para a deputada trabalhista Joan Walley, e ajudou a criar a organização pró-europeia ‘Britain in Europe’.

Seu vínculo com a Europa aumentou com seus dois anos em Bruxelas, a serviço de Glenys Kinnock, que foi eurodeputada britânica e secretária de Estado para a Europa do governo de Gordon Brown.

Após este período, passou dez anos trabalhando para a ONG Oxfam, em postos em Nova York e, de novo, em Bruxelas.

Antes de concorrer às eleições de maio de 2015, que lhe valeram uma cadeira por sua região natal, Batley and Spen, trabalhou com a Fundação de Bill e Melinda Gates, e com a Freedom Foundation, que luta contra a escravidão moderna, além de estar envolvida com vários aspectos da luta para melhorar as condições das mulheres.

Em 2009, foi eleita para integrar o fórum de jovens líderes mundiais do Fórum Econômico de Davos e, em 2008, colaborou na campanha eleitoral do presidente americano Barack Obama.

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