ROMA, 19 AGO (ANSA) – Mensagens postadas em um canal de simpatizantes do Estado Islâmico (EI) no aplicativo Telegram sugerem que a Itália seja o próximo alvo da milícia terrorista.   

Em um grupo no aplicativo de mensagens instantâneas, jihadistas voltaram a fazer apelos por ataques em um dos países que simbolizam a civilização ocidental e o cristianismo. A informação é do SITE Intelligence Group, organização que monitora extremistas na internet.   

A Itália é a única grande nação da Europa Ocidental que ainda não sofreu atentados do Estado Islâmico, ao contrário de Reino Unido, França, Alemanha e Espanha. No entanto, a península é um potencial alvo do EI.   

Roma é membro da coalizão internacional que combate a milícia jihadista, oferecendo suporte principalmente para operações na Líbia e na região de maioria curda do Iraque. Além disso, abriga o Vaticano, centro da Igreja Católica.   

Ameaças do EI contra a Itália não são novas. O grupo já divulgou na web vídeos simulando ataques a Roma, tida pelos jihadistas como um símbolo do cristianismo e dos “cruzados”. Um deles mostra tanques de guerra avançando contra o Coliseu, monumento mais visitado da cidade.   

Não à toa, o alerta contra o terrorismo no país está no nível dois, aquele imediatamente anterior ao de um “ataque em curso”.   

As principais cidades italianas vêm reforçando suas medidas de segurança constantemente e ainda estudam formas de aumentar o controle, sobretudo contra caminhões e veículos de aluguel com motorista.   

A Prefeitura de Roma também avalia a hipótese de instalar novas barreiras físicas em “pontos sensíveis”, como a via del Corso, que liga as praças Venezia e del Popolo, atravessando o centro da cidade, e a via dei Fori Imperiali, que conecta a praça Venezia ao Coliseu.   

O objetivo é impedir que veículos de grande porte invadam zonas de concentração de pedestres. No projeto avaliado pelo governo municipal, as barreiras não bloqueariam totalmente o tráfego de automóveis, mas sim criariam percursos em “zigue-zague”.   

Apesar de ainda não ter sofrido ataques do EI, a Itália já serviu de passagem para terroristas de dois atos reivindicados pelo grupo. O primeiro deles, o tunisiano Anis Amri, matou 12 pessoas com um caminhão em um mercado de Natal em Berlim, na Alemanha, em dezembro de 2016.   

Depois do atentado, ele fugiu para o território italiano, onde ficara preso durante quatro anos por roubo – acredita-se que o tunisiano tenha se radicalizado na cadeia. Amri foi morto pela polícia em Sesto San Giovanni, nos arredores de Milão, no dia 23 de dezembro.   

O segundo é o ítalo-marroquino Youssef Zaghba, um dos autores do atentado de 3 de junho em Londres, que deixou oito mortos.   

Morador de Valsamoggia, na Emília-Romana, Zaghba já era acompanhado pelos serviços de inteligência da Itália, que alertaram o Reino Unido sobre sua presença em território britânico. O terrorista foi morto pela polícia de Londres.   

(ANSA)