O técnico Cuca alterou a rotina do Palmeiras nesta terça-feira e pediu para dar entrevista coletiva. O motivo da decisão do técnico foi um manifesto da principal torcida organizada do clube, a Mancha Alviverde, que pediu a saída dele. Em mais de 40 minutos de conversa com os jornalistas, o treinador reiterou que não sai do comando do time e defendeu o presidente do clube, Mauricio Galiotte, e o diretor de futebol palmeirense, Alexandre Mattos, que também estão sob pressão.

O clube havia designado anteriormente uma entrevista coletiva do lateral-direito Jean, que foi substituída para que o treinador pudesse dar explicações sobre o momento conturbado vivido pelo time depois da derrota por 2 a 0, sofrida no último domingo, para a Chapecoense, em casa. “Foi por isso que vim aqui hoje, em um momento desse, é ruim deixar um jogador vir aqui hoje para responder certas perguntas que ele nem vai ter o que falar”, disse Cuca. “Tenho certeza de que vamos reverter (a fase complicada) juntos. Já fiz mais de mil jogos como treinador, passei por turbulências muito piores e não me entrego”, completou.

Cuca vive pressionado desde as eliminações nas últimas semanas na Copa do Brasil, diante do Cruzeiro, e na Copa Libertadores, para o Barcelona, do Equador. Os resultados ruins, junto com tropeços no Campeonato Brasileiro, deixam o clube com poucas chances de título na temporada. A oportunidade está restrita ao Brasileiro, competição em que o Corinthians lidera com folga.

“Quando acontece momento de crise, a situação te deixa muito exposto. Mas falei para os jogadores: hoje estamos vivendo um lado ruim, mas só nós mesmos podemos passar para o lado bom. Estamos em quarto lugar e, com uma arrancada, podemos ir além”, disse Cuca. O contrato do técnico, que retornou em maio, vai até 2018. Segundo ele, não existe multa rescisória para o caso de demissão.

O treinador afirmou que apoia o trabalho de Galiotte e Mattos e considera injustas as críticas sobre os dois. “Muita gente ouve falar que a culpa é do dirigente porque ele contratou errado, isto ou aquilo, algumas coisas até perigosas de falar, colocando em xeque a honestidade do Alexandre Mattos, que é íntegro, que só faz o bem para os clubes que passa”, comentou Cuca. O diretor de futebol também foi alvo de protestos da organizada.

“Muito a gente ouve ao longo destes dias todos de quem é a culpa (pela má fase). Do presidente que ficou 15 dias fora com a seleção brasileira? Não é. Se ele saiu é porque confia no diretor de futebol e treinador que tem. Ele aqui não ia mudar nada, não é ele quem dá o treino”, disse Cuca em referência à licença tirada por Galiotte para chefiar a delegação da seleção brasileira durante amistosos em Melbourne.

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O técnico também ironizou a mudança de status no clube. De campeão brasileiro, ele se tornou alvo de ataques. “Seria fácil ir para casa cuidar da minha netinha, minhas filhas. Se as coisas não estão dando certo, se a fase não é boa, a fase acontece para treinador. Antes eu era tido como segundo melhor treinador do País, hoje talvez seja o segundo pior. Mas sou o mesmo (que estava) balançando a bandeira no trio elétrico (na comemoração do título nacional do) ano passado”, afirmou.


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