O público que encheu Itaquerão nesta terça parecia ter dois motivos para fazê-lo: torcer para o Brasil vencer o Paraguai e exaltar o técnico Tite, em um gesto de gratidão ao treinador que conduziu o Corinthians a alguns dos maiores momentos da sua história recente, mas que com esse ato também o confirma como maior ídolo da seleção a pouco mais de um ano da Copa do Mundo na Rússia.

Gratidão, aliás, foi a palavra utilizada por Tite na entrevista coletiva prévia ao jogo para justificar, em tom de pedido de desculpas, a comemoração do gol corintiano na vitória sobre o Santos, pelo Paulistão, na partida anterior em que esteve na arena. Mas se naquela oportunidade ele não controlou os nervos, dessa vez era preciso fazê-lo.

E não foram poucos os momentos em que Tite foi ovacionado. Seu nome foi o único cantado quando do anúncio da escalação das equipes minutos antes do início da partida, superando até mesmo os aplausos ao corintiano Fagner e a Neymar, estrela do futebol mundial. E ele também foi cantado em verso quando a as equipes entraram em campo, como se fosse o grande craque do time.

Concentrado, Tite evitou exibir emoção diante de tantos gestos de apoio, preocupado em orientar a equipe, que chegou a encontrar alguma dificuldade para abrir a defesa paraguaia, ao menos até o golaço marcado por Phiilippe Coutinho, claro, comemorado pelo treinador. Treinador que também lamentou o pênalti perdido por Neymar, ainda que sem gestos efusivos, e celebrou o gol do atacante, único momento em que se ouviu cânticos para outro personagem do jogo, ainda que com uma “ajudinha” do sistema de som do Itaquerão.

Mas nem as pinturas de Coutinho e Neymar conseguiram ofuscar Tite, tanto que a torcida aproveitava todos os momentos possíveis, como a ida do time ao intervalo, para entoar a trilha sonora da partida: “Olê, olê, olê, Tite, Tite”. Foi, sem dúvida, uma noite especial para o treinador, agora com 54 jogos, 42 triunfos, nove empates e três derrotas na Arena Corinthians.

Mas essa última partida já confirma: ele não é só mais o treinador mais vitorioso do clube paulista. Agora é o técnico que caiu de vez nas graças de todo torcedor brasileiro e recordista de vitórias consecutivas nas Eliminatórias – agora são oito.

DESAFINOU – Em noite de tanto apoio a Tite, a torcida só desafinou – e feio – nas cobranças de tiro de meta do goleiro paraguaio Anthony Silva, com gritos homofóbicos, algo que inclusive já provocou punição à CBF, imposta pela Fifa. O sistema de som do estádio, sem comentar o teor da manifestação, pediu “respeito aos adversários”. Sem sucesso, recebeu vaias como resposta.