ROMA, 27 FEV (ANSA) – A Itália enfrenta um risco “cada vez mais concreto” de que algumas pessoas “radicalizadas em casa” decidam fazer ataques terroristas em território italiano, informa o relatório anual da Inteligência do país enviado nesta segunda-feira (27) para o Parlamento.   

Segundo o documento, os italianos que se radicalizam usam “atividades de autodoutrinamento e treinamento com manuais online, baseados no proselitismo a favor do Daesh [Estado Islâmico, ex-Isis] e são declaradamente intencionados a chegar aos territórios do Califado”.   

No entanto, por causa das crescentes dificuldades em chegar à Síria e ao Iraque, muitos podem decidir não partir e fazer ações na Itália como mostra de fidelidade ao EI.   

Ainda de acordo com o documento, há uma “pesada campanha intimidatória” dos jihadistas contra a Itália e também contra a figura do papa Francisco. Porém, os agentes de Inteligência ressaltam que, até o momento, o sistema de segurança italiano funcionou, tanto que eventos de grande interesse nacional, como o Jubileu da Igreja Católica e a Expo Milão, aconteceram sem nenhum incidente terrorista.   

Após a apresentação do documento, o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, destacou que essas ameaças de segurança “não são respondidas fechando-se, mas aceitando o desafio”. “Mais segurança não significa menos liberdade”, ressaltou.   

“Os cidadãos italianos podem ficar seguros, não com a falta de ameaças porque seria uma ilusão , mas da qualidade muito alta de quem trabalha para combatê-las”, acrescentou o premier.   

Entre as maiores potências da Europa, a Itália é o único país que não sofreu com ações jihadistas, que ocorrem desde 2015 na França, Alemanha e Bélgica. (ANSA)