ROMA, 3 MAI (ANSA) – Sempre empenhado em temas como sustentabilidade e grande colaborador do famoso arquiteto Renzo Piano, o italiano Mario Cucinella será o curador do Pavilhão da Itália na Bienal de Arquitetura de Veneza do próximo ano e apresentará em um dos mais importantes eventos da área o seu mais novo projeto: o “Arquipélago Itália”. O projeto, com suas cidades artísticas, seus pequenos centros e seus espaços urbanos ricos em história e em cultura, é um “modelo para se promover”, um sistema de gestão do território revolucionário para estabelecer como alternativa de futuro às grandes metrópoles, onde a vida está cada vez mais difícil. O “Arquipélago Itália”, apresentado pelo escritório de arquitetura de Cucinella, foi escolhido entre os outros nove projetos que participaram da seleção para ser a principal atração do pavilhão do país na bienal. Segundo o ministro dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini, este projeto é “inovador e ambicioso” e que, “entre outras coisas, tem o mérito de acender os refletores da comunidade internacional sobre a Itália central, afetada pelos terremotos,” para “o desafio da reconstrução e da valorização dos Apeninos”. Cucinella, de 57 anos, tem numerosos prêmios na Itália e no exterior. Ele é um arquiteto apaixonado pela natureza e pela tecnologia, mas também é um educador que ama difundir seu projeto. “A ideia é simples, o nosso é um território único, para nós a montanha é um espaço urbano, também os centros menores com suas praças e os edifícios das instituições são espaços urbanos, algo que em outros países não é considerado”, disse o arquiteto italiano à ANSA. Segundo o profissional, foi desta ideia, a de contar a história das “redes de cidades” e do modelo italiano de território, que surgiu o seu projeto, que quer mostrar que “as coisas belas não nascem por coincidência, que existem histórias extraordinárias para se narrar”.   

Cucinella também falou do cenário da arquitetura na Itália que, mesmo “em crise”, com “falta de trabalho”, conta com “um tecido de arquitetos que trabalham com grande dignidade sem necessidade de glamour”.   

Alguns dos projetos desses artistas, “muito qualificados e cultos”, ressalta o arquiteto, mesmo que não tenham sido realizados para grandes cidades e por grandes estrelas, serão levados para a Bienal de Veneza junto ao “Arquipélago Itália”.   

(ANSA)