SIRACUSA, 18 MAI (ANSA) – Os policiais da cidade de Augusta, em Siracusa, no sul da Itália, prenderam sete pessoas nesta quinta-feira (18) acusadas de cometer crimes no processo de cidadania ilegal de cerca de 500 brasileiros.   

De acordo com as informações da polícia italiana, o dono da assessoria para brasileiros, Cleber Zanatta, 43 anos, foi preso e levado a um centro de detenção. Sua esposa e também funcionária da empresa do marido, Sabrina dos Santos, 32, e o irmão de Cleber, Diego Zanatta, 29, foram colocados em prisão domiciliar.   

Os três são acusados por corrupção, lavagem de dinheiro e favorecimento à permanência ilegal no território italiano de cidadãos estrangeiros.   

Também foram presos, em regime domiciliar, Antonio Mameli, 66, funcionário do escritório de serviços demográficos da comuna de Augusta, Angelo Zapulla, 64, responsável pelo escritório de estado civil da comuna de Floridia, e Carmelo Lo Giudice, 62, empregado no escritório de estado civil da comuna de Floridia.   

Eles são acusados, na qualidade de funcionários públicos, de ter recebido dinheiro dos irmãos Zanatta, algumas centenas de euros por caso, para realizar ou permitir atos contrários ao dever do ofício. Ainda de acordo com a denúncia, os funcionários públicos aceleravam os procedimentos de liberação de passaportes por ‘jus sanguinis’.   

Já outro funcionário da comuna de Siracusa, que não teve o nome divulgado, foi impedido de atuar em suas funções e preso em domiciliar.   

Batizada de “Siracusao Maravigliao”, a operação revelou que cerca de 500 brasileiros, que não tinham o direito de obter a cidadania italiana, entravam com a ação pagando cerca de 3,5 mil euros para obter o benefício ilegalmente.   

O caso começou a ser investigado em abril de 2016, após a Justiça verificar um fluxo anormal de brasileiros solicitando cidadania no local. Chamando mais atenção ainda, foi o fato de que esse “boom” de solicitações tinha Cleber Zanatta prestando assessoria.   

A ANSA Brasil entrou em Cleber Zanatta Cidadania Italiana por telefone e por e-mail, mas ainda não obteve resposta ou posicionamento oficial da empresa. (ANSA)