O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quarta-feira ter chamado “para consultas” o embaixador de seu país na Unesco após uma nova resolução sobre Jerusalém oriental, a parte palestina da cidade ocupada por Israel.

“O teatro do absurdo continua, decidi chamar nosso embaixador na Unesco para consultas e vamos decidir as medidas a adotar ante esta organização”, informou o gabinete do premiê em um comunicado.

Uma comissão da Unesco aprovou nesta quarta-feira uma decisão que condena “as escavações ilegais de Israel na Cidade Velha de Jerusalém”, citando em particular a “Esplanada das Mesquitas” e omitindo, assim, outra denominação, hebraica, de “Monte do Templo”, o local mais sagrado para o judaísmo.

A comissão do patrimônio, que inclui 21 Estados-membros, aprovou por consenso este texto, proposto por Kuwait, Líbano e Tunísia, ao qual a AFP teve acesso.

“As forças islamitas extremistas destroem mesquitas, igrejas e sítios arqueológicos, enquanto Israel é o único país da região que os preserva e garante a liberdade de culto para todas as religiões. É a comissão de patrimônio da Unesco e não Israel a que deve ser condenada”, criticou Netanyahu, segundo o comunicado.

O secretário-geral da OLP, Saeb Erekat, acusou Israel, também em um comunicado, de realizar uma “campanha orquestrada” para “legitimar a anexação” de Jerusalém oriental.

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“Ao contrário do que afirma o governo israelense, a resolução votada pela Unesco tem como objetivo reafirmar a importância de Jerusalém para as três religiões monoteístas”, disse.

Em 18 de outubro, o Conselho executivo da Unesco tinha aprovado uma resolução sobre Jerusalém oriental (parte árabe da cidade santa) para proteger o patrimônio cultural palestino. Mas para Tel Aviv, este texto negava o vínculo milenar entre os judeus e esta cidade. Desde então, Israel não colabora mais com a Unesco.

Jerusalém oriental, que inclui a Cidade Velha, foi ocupada em 1967 e anexada por Israel. Este ato nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.


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