São Paulo, 01 – O PIB Agropecuário pode continuar crescendo dois dígitos no segundo trimestre de 2017, impulsionado especialmente pela produção brasileira de milho safrinha, na avaliação do diretor de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Renato Rasmussen. “O resultado da safrinha este ano em comparação com o ano passado será muito melhor e vai ajudar bastante no PIB Agropecuário do segundo trimestre (ante igual período de 2016)”, afirmou ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Na comparação com o desempenho dos primeiros três meses deste ano, porém, o ritmo de crescimento do próximo trimestre de 2017 deve diminuir. “Será difícil ver crescimento de dois dígitos (de abril a junho) porque os principais componentes da nossa produção são soja, milho e arroz e já tivemos colheita da soja. No segundo trimestre e começo do segundo semestre só haverá o milho safrinha, sem o mesmo peso da soja”, explicou o diretor.

Rasmussen destacou que o quadro econômico do Brasil, de forma geral, parece “encontrar uma luz no fim do túnel no curto/médio prazos”, com possibilidade de leve aumento do consumo, o que também “tem repercussão no agronegócio”.

Comentou, ainda, que apesar de não haver expectativa de forte recuperação dos preços internacionais de commodities agrícolas, o câmbio atual, com dólar valorizado ante o real, favorece o setor agropecuário. “A rentabilidade do produtor em moeda nacional é boa e permite mais investimentos. Estamos vislumbrando que o setor de insumos e ração pode ter bom resultado no segundo trimestre, devido à remuneração bastante positiva para o agricultor hoje.”

Apesar disso, Rasmussen ressaltou que “a volatilidade do câmbio veio para ficar e os produtores precisam se proteger por meio de instrumentos de hedge”. De acordo com o diretor da INTL FCStone, a profissionalização de todos os players do setor é fundamental, mas “o produtor ainda não usa muito esses instrumentos e fica muito exposto”.