O zagueiro Yerry Mina, do Palmeiras, começou a trabalhar meses atrás com a terceira grande paixão da sua vida. Se o futebol e a dança estão juntos a cada coreografia para comemorar gol, o novo empreendimento do defensor é em outra área. Ajudar a cidade natal com um projeto social é sua mais nova ambição.

A pequena cidade colombiana de Guachené, com cerca de 20 mil habitantes, é uma paixão da qual Yerry Mina não desgruda. Em todas as férias, ele viaja para o município, nos arredores de Cali, para visitar amigos e acompanhar o início dos trabalhos da Fundação Yerry Mina, um projeto iniciado em dezembro.

“Mina sempre ajuda nossa cidade. Ele já deu uniformes de presente e organizou atividades esportivas. O projeto dele é importante. Como nossa cidade tem problemas sociais, a ação ajuda os jovens a fugir das drogas”, disse ao Estado o prefeito de Guachené, Oliver Carabalí Banguero.

O palmeirense buscou inspiração nos moldes do trabalho realizado por Neymar em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo. O colombiano pretende promover atividades esportivas para as crianças de baixa renda em contraturno ao período escolar. O comando da ação fica com parentes do zagueiro, em especial o pai, José Eulises, um ex-goleiro. O tio e empresário do jogador, Jair, também foi goleiro.

O estágio atual da fundação na Colômbia é o término da reforma de uma sede e a finalização dos trâmites burocráticos para a operação. “Mina, para nós, é como se fosse o Pelé para os brasileiros. Como ele é uma referência para os garotos, vai fazer um ótimo trabalho social”, afirmou o diretor municipal de esportes, Alexander Guazá, ex-vizinho do defensor.

O principal trabalho já realizado pela fundação foi em abril. Mina organizou a doação de alimentos e roupas para os desabrigados das chuvas e deslizamentos em Mocoa. A cidade colombiana teve mais de 250 mortos no desastre.

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Guachené, segundo informações do prefeito, tem 99% da população formada por descendentes de escravos e a produção de cana-de-açúcar como a principal atividade econômica. A cidade pequena se orgulha de ser o local de nascimento de 20 jogadores que atuam hoje em dia na elite colombiana.

Em dezembro, Guachené comemorou 10 anos de emancipação política. A ocasião coincidiu com a ida de Mina para o período de férias depois do título brasileiro com o Palmeiras. “Condecoramos Mina, servimos um banquete e fizemos uma grande festa. Toda homenagem é merecida”, afirmou Guazá. A honraria dada ao zagueiro foi a de embaixador da cidade no exterior.

Como Mina tem preferência de compra pelo Barcelona, para onde deve se transferir em um ano, deverá acompanhar o projeto ainda mais à distância. Porém, isso não significa que Guachené vai se esquecer dele. “As pessoas penduram bandeiras nas janelas para torcer por Mina nos jogos da Colômbia. Estamos com ele”, disse o prefeito.

Tímido, Mina é avesso a entrevistas e não atendeu aos pedidos do Estado para falar sobre a fundação.


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