Aos poucos o setor eletroeletrônico vai o recuperando os empregos perdidos ao longo dos últimos anos. Em março foram feitas 224 contratações e no acumulado dos primeiros três meses no ano, 2.940 postos abertos.

Foi o terceiro mês consecutivo com saldo positivo de vagas na indústria eletroeletrônica, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) com base no Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged). Com o resultado do primeiro trimestre, o número de empregados diretos no setor passou de 232,8 mil em dezembro de 2016 para 235,7 mil em março. Nos últimos 12 meses, entretanto, foram eliminadas 7 mil vagas.

A melhora do emprego na margem, por enquanto, não se traduzirá em retomada de investimento, disse ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Segundo ele, não existe ainda perspectiva de investimento porque a capacidade ociosa existente é muito grande. “No momento estamos apenas repondo o emprego. Isso é um bom sinal, mas não passa muito disso. A gente fica apenas no fato de que estarmos tendo uma demanda um pouco mais aquecida, que gera essa necessidade de admissão de pessoal”, disse.

Para o executivo, não há ainda como as empresas retomarem investimentos porque a ociosidade é muito grande. “O resultado é bom pela razão de estarmos vindo de um período muito ruim e por estar ocorrendo uma ligeira retomada na economia. Isso é que nos deixa um pouco animado”, explicou.

O executivo diz preferir a um pouco de cautela nas expectativas e comemorações porque há ainda muitas variáveis que poderão vir a atrapalhar esse início de retomada. Ele deu como exemplo as reformas encaminhadas pelo governo. “Temos ainda tantas variáveis que podem nos atrapalhar como as reformas, por exemplo, e por isso precisamos ver as reformas acontecerem para que possamos ver um começo de retomada mais consistente”, reforçou.

O destaque, de acordo com Barbato, é que a ligeira melhora no emprego está sendo determinada pelo mercado interno. O externo, segundo ele, é insignificante nesta melhora. “É nitidamente por conta de demanda por bens de consumo duráveis e celulares. É basicamente produtos de consumo que a população, se sentindo um pouquinho mais segura, começa a consumir”, concluiu.

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