Os habitantes da pequena cidade de Saint Etienne du Rouvray, na Normandia, estavam entre a incredulidade e a raiva nesta terça-feira, após o padre local ser degolado em um ataque reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

“Pensei que isto só acontecesse nas grandes cidades, que jamais chegaria aqui”, reagiu, incrédula, Joanna Torrent, funcionária de uma loja em Saint Etienne du Rouvray, de 29 mil habitantes.

“Jamais pensei que isto pudesse ocorrer em um local como este, um servo de Deus ser assassinado em sua própria casa”, disse Pascal Quilan, dono de uma funerária situada próxima à Igreja.

Algumas horas após o ataque, o prefeito comunista Hubert Wulfranc chorava na porta da prefeitura, enquanto pedia aos cidadãos que se “mantivessem de pé contra a barbárie”.

“É impensável”, lamentou Quilan, expressando sua preocupação com o efeito “bola de neve” dos atentados, já que o ataque deste sábado ocorre pouco menos de duas semanas do massacre de 14 de julho em Nice, que deixou 84 mortos.

“É terrível, decepcionante ver este tipo de atentado em todo o mundo, mas quando envolve a sua cidade é chocante”, declarou Frédéric Humbert, 31 anos, que quando escutou os tiros e viu os carros da polícia pensou se tratar de um exercício.

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O padre morto, que foi obrigado a se ajoelhar diante do altar para ser executado, era muito querido entre os fiéis.

O sacerdote exercia seu ofício há seis décadas na região. Em Saint Etienne du Rouvray, era pároco há dez anos.

“Celebrou os batizados dos meus três filhos e o funeral da minha mulher. Tínhamos a mesma idade”, explicou Claude Godfroy, 86 anos.

A incredulidade também deu espaço à cólera.

“Ele não merecia. É preciso ser um verdadeiro covarde” para fazer isto, declarou “M.J”, um septuagenário que preferiu não ser identificado, mas disse estar com muita raiva.


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