Cerca de 1,2 mil hectares de mata e pasto foram devastados por um grande incêndio que durou seis dias na Serra da Bocaina, em área da estância turística de Bananal, município localizado na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, próximo à divisa com o Rio de Janeiro e a 326 quilômetros da capital paulista. O fogo, iniciado na última terça-feira (19), só foi controlado no início da noite de ontem (24).

Por medida de prevenção, cerca de 30 homens, entre bombeiros e voluntários, continuam vasculhando a área atingida para averiguar se de fato não há mais risco de um reinício do incêndio. Embora o fogo tenha se iniciado há quase uma semana, as labaredas só ganharam propagação maior na última sexta-feira (22), segundo informou um dos voluntários, Fernando dos Santos, que é diretor adjunto da área de controle de trânsito de Bananal.

O combate só foi obtido graças ao reforço de equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e de voluntários, além da ajuda com o um helicóptero Águia da Polícia Militar, que jogou jatos de água nos pontos mais incandescentes. Em razão do tamanho dos estragos, a prefeitura decretou estado de emergência.

“Eu nunca vi uma mobilização na cidade tão grande para resolver um problema”, afirmou o secretário municipal de Turismo e Cultura, Joaquim Leonardo Valim. Segundo o secretário, o local atingido passava por um processo de regeneração e servia como área de amortecimento de uma unidade de conservação da Estação Ecológica de Bananal, que não foi atingida pelo fogo.

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Na avaliação do secretário, é impossível dimensionar os danos causados à fauna e a flora, mas só na queima de uma plantação de cedro, as perdas podem ter alcançado em torno de R$ 30 milhões. Ele observou que a região é muito procurada pelas suas belezas naturais e que, com o incêndio, a paisagem ficou comprometida.

“E o que nos preocupa também é como vai ficar a produção de água”, completou Valim. A prefeitura está se articulando com o Comitê de Bacias Hidrográficas da região para debater a questão.

A suspeita segundo o secretário, é de que o incêndio tenha sido provocado por uma queima de reforma de pasto, sem a intenção de que se espalhasse. Ele informou que não chove naquela região há mais de 45 dias. Em períodos de estiagem, é comum fazendeiros e sitiantes atearem fogo na relva, na expectativa de que o capim renasça com mais vigor nas primeiras chuvas.


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