O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou na noite desta terça-feira, 15, durante evento em Brasília, que a continuidade dos ajustes e das reformas econômicas será importante para o equilíbrio da economia, “com consequências favoráveis para a desinflação, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia brasileira”. Goldfajn participou hoje de jantar promovido pelo Poder 360.

Goldfajn defendeu ainda a ideia de que a economia brasileira apresenta hoje maior “resiliência”. Isso ocorre, segundo ele, “devido à situação mais robusta de seu balanço de pagamentos e ao progresso no processo desinflacionário e na ancoragem das expectativas”.

O presidente do BC retomou ainda uma ideia contida nas últimas comunicações do BC: a de que, “até o momento, as condições econômicas se mantiveram estáveis a despeito do impacto, sobre os índices de confiança, do aumento de incerteza quanto ao ritmo de implementação de reformas e ajustes na economia”. Para Goldfajn, “isso permitiu a manutenção do ritmo de estabilização e de recuperação gradual da economia, a manutenção do comportamento favorável da inflação e a continuidade do ritmo da flexibilização da política monetária”.

Para Goldfajn, “a recuperação da economia pode ser mais (ou menos) demorada e gradual que o esperado”. Segundo ele, “há de se monitorar o ritmo de recuperação da economia”.

Ele

também voltou a citar os principais riscos, vistos hoje pelo BC, no cenário básico para a inflação. Entre eles, “a incerteza sobre a velocidade do processo de ajustes e reformas na economia (principalmente das fiscais e creditícias)”, que permanece sendo o fator de risco principal no cenário da instituição.

“O cenário externo, apesar de favorável no momento, ainda apresenta riscos associados ao processo de normalização da política monetária em economias centrais, às mudanças de política econômica em algumas economias centrais, e à possível redução do apetite ao risco por ativos de economias emergentes”, acrescentou Goldfajn.

Por outro lado, ele citou riscos que podem atuar para a redução da inflação. Segundo ele, “a acentuada desinflação dos preços de alimentos e de preços industriais pode ter efeitos secundários (isto é, além do impacto direto) na inflação”. “Notadamente, essa desinflação pode contribuir para quedas adicionais das expectativas de inflação e da inflação em outros setores da economia.”