O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira, 18, acreditar que, com as expectativas de inflação ancoradas, elevado grau de ociosidade da economia, o cenário básico do Comitê de Política Monetária (Copom) possibilita uma antecipação do ciclo de flexibilização da política monetária. Segundo Ilan, que participou do seminário Macro Vision do Banco Itaú no período da manhã, dada a extensão do ciclo, intensificação do ritmo equivale ao grau de antecipação.

Ele fez menção ao corte de 1 ponto porcentual da Selic na semana passada e disse que a decisão seguiu a evolução conjuntura. O discurso do presidente esteve alinhado com o teor da ata do Copom divulgado pelo BC nesta terça.

“O grau de antecipação do ciclo desejado depende de um lado da evolução da conjuntura econômica e, de outro, das incertezas e fatores de risco que ainda pairam sobre economia”, disse, acrescentando que a evidência empírica tem corroborado a importância da autuação política monetária e da política econômica geral para controle inflação.

“Importante ancorar expectativas antes de iniciar ciclo de flexibilização monetária”, reiterou Ilan, para quem as taxas de juros reais também estão em queda, o que é relevante para a tomada de decisão.

Mudanças estruturais

O presidente do Banco Central avaliou que, com as mudanças estruturais na política monetária, sistema financeiro mais eficiente e com mais crédito livre, há uma tendência de aumento da potência da política monetária. “O BC tem atuado nessa direção dentro da agenda de trabalho BC+”, disse ele.

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Entre os feitos da equipe econômica, Ilan citou a modernização da Taxa de Juro de Longo Prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que recentemente passou a se chamar Taxa de Longo Prazo (TLP). Para ele, a base de empréstimos novos do BNDES também ajuda a conferir maior potência à política monetária e deve reforçar a queda taxa de juro estrutural.

Para Ilan, a base de novos empréstimos do BNDES vai ajudar o banco administrar melhor seus créditos. “Incentiva o financiamento privado de longo prazo e também ajuda a melhorar dinâmica das contas públicas ao longo do tempo. Me parece uma medida relevante dentro da nossa agenda BC+”, disse o presidente do BC.


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