O mercado brasileiro de ações manteve o ímpeto comprador e levou o Índice Bovespa à sua segunda valorização consecutiva, ao fechar em 63.257,35 pontos, com ganho de 0,95%. O movimento foi favorecido por um cenário de ausência de novas revelações que comprometessem o governo Michel Temer, somado à percepção de que as reformas estruturais ainda têm chance de sucesso no curto ou médio prazo. O volume financeiro totalizou R$ 9,53 bilhões, o menor desde a deflagração da mais recente crise política.

O mercado iniciou o dia em alta, refletindo o avanço de matérias importantes para o governo no âmbito legislativo, como a medida provisória da liberação do FGTS. À tarde, ganharam importância a divulgação da ata do Federal Reserve e os intensos confrontos entre manifestantes e a polícia na Esplanada dos Ministérios, que tornaram necessário o reforço na segurança do Palácio do Planalto e a autorização para atuação do Exército para conter os protestos.

O Ibovespa atingiu a máxima do dia (+2,16%) perto das 15h30, poucos minutos após a divulgação da ata de política monetária do Fed. No documento, os dirigentes do BC dos Estados Unidos pareceram concordar em elevar a taxa básica de juros “em breve”. Segundo a ata, os dirigentes veem como “equilibrados” os riscos para a perspectiva econômica no curto prazo e que a perspectiva de médio prazo para economia “pouco se alterou” desde a última reunião. Os dirigentes reiteraram apoio para a continuidade da alta gradual na taxa de juros.

As manifestações contra o presidente Michel Temer em Brasília, que contaram com diversos pontos de conflito, bombas e focos de incêndios em ministérios, foram ignorados em um primeiro momento. O episódio acabou se refletindo nos mercados de câmbio e juros, que, por sua vez, contaminaram a Bolsa na última hora de negociação.

Na análise das ações, houve alguma divisão entre as blue chips. Os papéis da Vale caíram 2,62% (ON) e 2,07% (PNA), acompanhando a queda de 2,39% do preço do minério de ferro no mercado à vista chinês. Já os papéis da Petrobras avançaram 2,70% (ON) e 3,34% (ON), mesmo com a queda do petróleo, em um desempenho atribuído à recuperação das perdas recentes. Os bancos seguiram a tendência e também avançaram, embora tenham perdido fôlego no final dos negócios. Banco do Brasil ON fechou em alta de 1,77%, mas na mínima do dia (R$ 27,60).

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