A depreciação dos preços das commodities no mercado internacional, principalmente do petróleo, foi determinante para o viés negativo do Índice Bovespa nesta quarta-feira, 5. O indicador chegou a subir 0,40% pela manhã, mas perdeu fôlego e fechou em baixa de 0,12%, aos 63.154,17 pontos. O cenário político trouxe poucas notícias de impacto, mas manteve o investidor da renda variável cauteloso, o que se manifestou em mais um dia de negócios reduzidos, que somaram R$ 6,7 bilhões.

O petróleo operou com fortes quedas nos mercados futuros de Londres e Nova York, em um movimento atribuído a uma correção após um rali de oito altas consecutivas da commodity.

Contribuiu negativamente a possibilidade de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) esteja colocando mais barris no mercado global, mesmo que diga que está produzindo menos. O petróleo WTI para agosto fechou em queda de 4,12%, em 45,13 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro recuou 3,67%, a US$ 47,79 o barril, na ICE.

Diante da forte correção do petróleo, as ações da Petrobras terminaram o dia em baixa de 1,95% (ON) e de 1,77% (PN). As ações da Vale foram influenciadas pelas quedas dos preços do minério de ferro nos índices futuros ao longo de todo o dia, que também penalizaram outras ações de mineração pelo mundo. Ao final do pregão, Vale ON e PNA caíram 2,33% e 1,57%, respectivamente.

As quedas dessas importantes blue chips foram em parte amenizadas pelo desempenho positivo das ações do setor financeiro. Itaú Unibanco PN, ação de maior peso na composição do Ibovespa, subiu 0,27%. Os papéis do setor elétrico também foram destaque de alta, liderados por Eletrobras ON e PNB, que subiram 7,75% e 6,58%, as duas maiores altas do Ibovespa. As ações da Eletrobras foram impulsionadas pela notícia do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, de que o governo vai permitir a privatização de usinas antigas que tiveram as concessões renovadas durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

De volta ao cenário internacional, a ata da mais recente reunião do Federal Reserve (banco central dos EUA), principal expectativa do dia, acabou por perder a relevância. Segundo analistas, o documento não trouxe novidades significativas e praticamente não teve impacto na Bovespa. “A ata do Fed não trouxe muitas novidades. Em geral, o documento não mostra mudança de panorama em relação a inflação e crescimento econômico do país”, disse Vítor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.

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